UNESCO diz que há já pelo menos 53 monumentos e sítios destruídos ou danificados na Ucrânia

Levantamento da organização das Nações Unidas ainda não é exaustivo e depende de imagens de satélite e testemunhos locais.

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Um tanque na guerra na Ucrânia EPA/STR

Pelo menos 53 sítios culturais e monumentos da Ucrânia ficaram danificados em consequência da invasão militar russa no país, revelou sexta-feira a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Num levantamento não exaustivo divulgado sexta-feira, feito a partir de imagens de satélite e de testemunhos recolhidos, a UNESCO revela que ficaram destruídos ou danificados 29 locais religiosos, 16 edifícios históricos, quatro museus e quatro monumentos. Entre os sítios atingidos estão o Museu Ivankiv de Kiev, a igreja ortodoxa de Kamaianka, em Izium, e uma outra em Zadonsky, na região de Zaporijia.

Segundo a agência France-Presse, a UNESCO não tem ainda informações sobre o nível de destruição em Mariupol e Kherson, ocupadas pelas forças russas.

A Rússia é signatária de uma convenção da Organização das Nações Unidas, assinada em 1954, sobre protecção de bens culturais em caso de conflito armado. Numa carta enviada em Março ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, lembrou que “qualquer violação dessas normas implicará uma responsabilização internacional de seus autores”.

A Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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