Arafat acusa Israel de «novo apartheid»

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Kofi Annan diz que as questões do Médio Oriente e da escravatura estão a impedir o debate sobre o racismo mundial Alexander Joe/EPA

"A ocupação israelita é um novo tipo de 'apartheid' avançado", afirmou o presidente da Autoridade Palestiniana durante o seu discurso perante os delegados da conferência da ONU contra o racismo reunidos em Durban, no Sudeste da África do Sul."A persistência de Israel em perpetuar os seus crimes contra o nosso povo sem dissuasão não faz mais que encorajar a continuação da sua ocupação e as actividades dos colonatos, bem como as suas políticas e crimes de violação flagrante das leis internacionais", continuou Arafat.
Para o líder palestiniano, há que punir os culpados, já que é esta a importância da conferência de Durban ao criar "a ocasião de formular e cristalizar o comportamento político e a moral internacional e elucidar a opinião pública".
Apesar das fortes críticas ao Governo isaraelita, Arafat não apelou, no entanto, a que os delegados presentes na conferência se mantivessem ao lado dos palestinianos.

Médio Oriente domina conferência de Durban

No segundo dia da conferência das Nações Unidas contra o racismo, a questão do conflito israelo-palestiniano no Médio Oriente voltou a dominar o encontro, apesar dos vários apelos por parte de Nelson Mandela, ex-Presidente da África do Sul e Nobel da Paz, em terminar com a troca de acusações entre ambas as partes.No entanto, apesar do apelo de Mandela, a atenção recaiu de novo sobre o Médio Oriente, com Arafat a acusar Israel de racismo e limpeza étnica ao retirar os palestinianos das suas casas nos territórios ocupados.
Também o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, protestou contra as duas questões que continuam a dominar a conferência de Durban: o Médio Oriente e a escravatura.
Neste sentido, estados africanos e das Caraíbas exigiram um pedido de desculpas formal e outros países já ameaçaram pressionar a conferência a assumir algumas reparações financeiras.
"A conferência deu ao mundo a oportunidade de enfrentar a questão do racismo com firmeza. Mas duas questões ameaçam um consenso", sustentou Annan, referindo-se ao conflito israelo-palestiniano e a escravatura.

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