G8 apoia envio de observadores internacionais ao Médio Oriente

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A divergências continuam a marcar as discussões entre os líderes do G8 Etinne Ansotte/EPA

"Os observadores internacionais, aceites pelas duas partes, vão servir os seus interesses para a concretização do relatório Mitchell", adianta ainda o documento dos sete países mais industrializados e a Rússia.O grupo volta a apelar ao "fim da violência e do terrorismo" em Israel e nos territórios palestinianos e defende que deve ser iniciada "tão breve quanto possível uma diminuição da violência", acrescentando que o relatório Mitchell "é a única forma" de resolver a crise que se arrasta há dez meses no terreno.

Oito reconhecem necessidade de reflectir sobre funcionamento do grupo

Os líderes do G8 reconheceram igualmente que é necessário iniciar uma reflexão sobre o modo de funcionamento do grupo, sob pena de aumentarem a distância que os separa dos milhares de jovens manifestantes que negam nas ruas a legitimidade da sua cimeira anual.Simples reunião informal no seu início em Rambouillet, em 1975, o então G5, mais tarde G7 e depois G8 - com o convite à participação da Rússia- , o grupo exige agora uma organização monstruosa, mobilizando milhares de polícias, jornalistas, inúmeros funcionários de hotelaria e segurança. Apenas como exemplo, para albergar a cimeira de chefes de Estado e de Governo do G8, a Itália dispendeu várias centenas de milhares de dólares, mobilizou 20 mil polícias e obrigou ao corte da circulação em grande parte do centro histórico da cidade de Génova, informa a AFP.
O porta-voz da presidência italiana do G8, Paolo Bonaiuti, admitiu aos jornalistas que entre os assuntos em debate nos encontros de hoje vai estar a organização interna do grupo e qual a modalidade que as próximas cimeiras vão adoptar. O responsável fez, no entanto, questão de salientar que este auto-exame não é uma resposta de emergência às manifestações que se têm sucedido nas ruas da cidade portuária.

Divergências marcam discussão de assuntos polémicos

Enquanto nas ruas se contesta a legitimidade da organização, no interior das salas de reuniões, as divergências estão a marcar a discussão dos assuntos mais "quentes". Clima e ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres são os temas mais controversos em que os chefes de Estado e de Governo têm tido maior dificuldade em chegar a um consenso. A recusa norte-americana em ratificar o Protocolo de Quioto, em clara oposição assumida pela União Europeia - da qual fazem parte quatro dos países do G7 - têm impedido qualquer avanço nesta matéria.
Também em matéria de ajuda ao desenvolvimento, a posição defendida pelo Presidente norte-americano, George W. Bush - que defende a necessidade incluir na ajuda a África todas as acções da comunidade internacional quanto à manutenção da paz e de resolução dos conflitos - está a criar desentendimentos com os seus parceiros de discussão. Os sete homólogos de Bush continuam a defender que os países mais industrializados devem optar por forçar uma mudança de atitude dos líderes africanos, desenvolvendo relações diplomáticas com o continente num regime de parceria e não de controlo.

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