Director da SIC-Notícias demite-se

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Santos entregou a carta de demissão a Rangel

Santos entregou a carta de demissão a Rangel, pondo assim termo a um dia agitadíssimo na SIC, no qual a generalidade dos trabalhadores assumiu um braço-de-ferro com a administração, colocando-se de forma firme e veemente ao ladodo director-geral.
Após o conflito aceso entre Rangel e o director da SIC-Notícias, Nuno Santos, toda a empresa ficou na expectativa de uma clarificação por parte da administração. Ou, em alternativa, da demissão voluntária de Nuno Santos do cargo
de director da SIC-Notícias, já que tinha ficado claro que Rangel
tinha perdido a confiança no seu subordinado. Porém, durante
o dia — até cerca das 21h00 — nada disto sucedeu, pelo que os jornalistas decidiram forçar uma clarificação da situação, tendo os coordenadores e editores da redacção (cerca de 30) enviado ao presidente do Conselho de Administração, Francisco Balsemão, um abaixo-assinado em que recusavam “a hipótese de trabalhar sob ordens directas do actual director da SIC-Notícias, por notória falta de legitimidade
amplamente demonstrada em todo este processo”.
Esta mobilização criou um clima insustentável à permanência de Nuno Santos no cargo que ocupava. Por isso, o director da SIC-Notícias decidiu apresentar a sua demissão do cargo na reunião que teve com Rangel pouco antes das 21h00.
Na origem do confronto esteve o facto de Nuno Santos ter sugerido a fusão das redacções da SIC-mãe e da SIC-Notícias como uma das medidas para reduzir custos, que é o objectivo de uma auditoria que está a ser realizada na empresa. Uma opinião dada sem o conhecimento de Emídio Rangel, que considerou esta atitude uma “deslealdade” e que viu nela intenções não declaradas de abrir caminho à administração para concluir pelo excesso de jornalistas e avançar com despedimentos.
Para Rangel e para a esmagadora maioria da redacção, Nuno Santos teria sido um “peão” nesta estratégia da administração, aliado ao administrador da SIC-Notícias, Pedro Norton, que fez a mesma proposta aos auditores. (ver PÚBLICO de amanhã)

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