Polícias avançam com sindicato à revelia do Governo
"Se a Assembleia da República não agendar a discussão do sindicalismo policial nós avançamos no interior das esquadras para uma assembleia constituinte como forma de legalizarmos, por força do voto, o sindicalismo na PSP", garantiu o responsável na Casa do Alentejo, local escolhido pelos polícias como ponto de partida para manifestação que tem agora como destino o Ministério da Administração Interna, na Praça do Comércio, e por fim a Assembleia da República.Tanto na tutela como no Parlamento será entregue uma moção para chamar à atenção do Governo para a falta de resolução dos problemas dos polícias.
Falta de solidariedade foi a frase mais ouvida na Casa do Alentejo para caracterizar o papel que os vários ministros da tutela têm tido perante a polícia. Entre os manifestantes encontra-se a ASPP, o secretário-geral do Conselho Europeu dos Sindicatos de Polícia, o francês Gerard Greneron, elementos da UGT, CGTP e do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e outras estruturas sindicais que se revêm nas reivindicações da PSP.Entre elas destacam-se a exigência do direito ao sindicalismo, o pedido de criação de um código deontológico, o pagamento de subsídios de turno e piquete e de horas extraordinárias, a implementação de câmaras de vídeo-vigilância nos locais considerados mais problemáticos, o estabelecimento de um seguro de risco profissional e ainda o aproveitamento dos polícias licenciados.
O presidente da ASPP afirmou que a manifestação de hoje tem como principal função alertar para os problemas da PSP que "deviam estar ultrapassados, porque foram problemas que os sucessivos ministros da tutela reconheceram como sendo importantes e que sempre consideraram que deveriam ter uma resolução imediata", mas que "até hoje nada foi feito".
Outro dos apelos deixados pelos agentes da PSP foi direito ao poder político que "deverá repensar o comportamento negativo que tem tido para com os profissionais da PSP".
Numa crítica directa à Associação dos Profissionais de Polícia (APP) - a segunda estrutura em termos de sócios -, que se demarcou do protesto de hoje por considerar que esta não é a melhor forma de luta para reivindicar os direitos dos agentes, Alberto Torres sustentou que a "ASSP é a única que tem capacidade para representar os profissionais da PSP.