Congresso mundial contra pena de morte começa hoje
Cerca de 110 pessoas - 18 delas presidentes de parlamentos da Europa, Ásia, América do Sul e África - participarão no congresso, organizado pela associação Ensemble Contre la Peine de Mort (ECPM), que esteve na origem do projecto. A pena de morte, abolida de direito ou de facto em 109 de 195 países, está em desuso progressivo em todo o mundo, tendo uma trintena de estados renunciado a medida desde 1990.
Segundo dados da Amnistia Internacional, 75 países, sobretudo europeus e latino-americanos, acabaram com a pena de morte para todos os crimes até 1 de Abril último. E há 13 países que suprimiram a pena capital unicamente para os crimes de direito comum.
Em 2000, pelo menos 1457 presos foram executados em 28 países, essencialmente de África, Ásia e do Médio Oriente; mas, em 65 países, 3058 foram condenados à morte, de acordo com a mesma fonte, que fala de estatísticas "certamente abaixo da realidade".
No pelotão da frente estão a Arábia Saudita, a China, os EUA e o Irão, que concentram 88 por cento das execuções contabilizadas em 2000. Pelo menos um milhar realizaram-se na China.
O colóquio servirá para fazer o mapa da situação, região por região, e elaborará estratégias com vista à abolição universal da pena capital. Parlamentares, investigadores, organizações não governamentais e juristas, vindos dos cinco continentes, debruçar-se-ão sobretudo sobre o "caso americano", que restabeleceu a medida em 1976 e onde já se registaram 33 execuções desde o início deste ano.
O congresso, retransmitido na Internet, prolonga-se até sábado, terminando com uma marcha silenciosa, entre o Palácio da Europa e o centro de Estrasburgo, e com debates, encontros culturais e uma retrospectiva cinematográfica.