Partido do rei é favorito nas eleições legislativas búlgaras

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O partido do rei, formado apenas há dois meses, é mais popular do que as forças políticas no poder e na oposição DR

Na sexta-feira, o monarca - desde há décadas frequentador assíduo das páginas da revista "Holla" - incitou os seus partidários a respeitarem a proibição de fazer campanha na véspera de eleições, não celebrando portanto o seu aniversário. "Escolhi uma via de autosacrifício. Chegou o tempo da mudança", disse Simeão na rádio Darik, em Sofia, ao defender a entrada da Bulgária na União Europeia (UE) e na NATO. Declarou ainda que o seu Movimento - formado apenas há dois meses - colocará no centro da política económica a melhoria do nível de vida de um povo de oito milhões de habitantes cujo Produto Interno Bruto per capita ainda não chega sequer aos 1500 dólares [inferior aos da África do Sul ou da Argélia].
Outro dos objectivos do partido mais cotado nas sondagens é combater a corrupção e fazer com que os futuros deputados tenham de prestar contas aos eleitores que os escolham. O próprio Simeão II não vai concorrer pessoalmente a um lugar no Parlamento, mas todos os estudos feitos à opinião pública indicam que o Movimento vai ficar à frente tanto da União das Forças Democráticas (UDF), de centro-direita, como do Partido Socialista Búlgaro ((BSP), dos antigos comunistas.

Uma terceira força

O eleitorado provável do novo grupo é constituído por todos os que pretendem a entrada em cena de uma terceira força, depois de ao longo da última década terem perdido a esperança na alternância entre a UDF e o BSP, que não foram capazes de melhorar o nível de vida da população.
Na sexta-feira, o antigo rei, que perdeu o trono ainda em criança, quando a monarquia foi abolida em 1946, percorreu um bairro cigano da capital e foi muito bem recebido. O primeiro-ministro, Ivan Kostov, líder da UDF, acusou-o de excesso de populismo e, num apelo feito pela televisão, disse que o seu partido necessita de mais um mandato para traduzir a estabilidade macro-económica já alcançada em benefícios práticos para o cidadão comum.
O Governo tem sido elogiado por muitos dirigentes ocidentais e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), por ter estabilizado as finanças e travado a inflacção, após uma grave crise verificada em 1996 e 1997. Mas o desemprego ainda se cifra nos 18 por cento.
Quanto a Georgi Parvanov, líder do BSP, que nas sondagens está a par da UDF, na luta pelo segundo lugar, reafirmou que a esquerda é a única alternativa.


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