Polícia sueca faz balanço da violência dos últimos dias

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Segundo a polícia, a maioria dos agitadores não tinha motivação política, mas apenas «vontade de provocar distúrbios» Pontus Lundhal/EPA

O director-geral da polícia do Reino, Sten Heckscher, e a responsável provincial, Ann Charlotte Norras, deram esta tarde uma conferência de imprensa em que responderam às numerosas críticas de que a polícia sueca foi alvo por não ter conseguido conter a violência provocada pelos manifestantes."Os nossos piores receios confirmaram-se", afirmou Heckscher antes de insistir no "excelente trabalho" realizado pelos agentes, informa a AFP.
"Os provocadores da agitação eram muito jovens, entre os 15 e os 20 anos", sublinhou, por seu lado, Norras. "Eles não tinham motivação política. A sua única intenção era provocar distúrbios", comentou.
Segundo a responsável provincial, os responsáveis pela violência eram entre 500 a 700, tendo um número elevado de cidadãos alemães estado envolvido em acções ilegais. "A maioria das pessoas detidas e acusadas eram suecas, mas há também muitos estrangeiros", acrescentou.
Reagindo às críticas de que não foram enviados para o local meios suficientes para fazer frente ao elevado número de manifestantes esperados, o director-geral da polícia sueca afirmou que "cerca de quatro mil polícias foram mobilizados, ou seja um em cada quatro polícias suecos, tendo enfrentado acções de violência verdadeiramente perigosas". Ao todo "21 polícias ficaram feridos, um deles com gravidade ao sofrer uma fractura no crânio", acrescentou. Questionado sobre o número exacto de manifestantes que tiveram de receber tratamento médico Heckscher recusou-se a responder, remetendo a questão para os serviços hospitalares.

Pressão pode justificar disparos

A pressão sobre os polícias era tanta durante o dia de ontem que um deles acabou mesmo por utilizar a sua arma de serviço, disparando contra os manifestantes e acabando por ferir três deles. Um dos feridos, de nacionalidade sueca, submetido na noite de ontem a uma intervenção cirúrgica, continua em estado crítico.Interrogado pelos jornalistas sobre a legitimidade de deixar os polícias usar as suas armas para reprimir as manifestações, o director-geral da polícia limitou-se a afirmar: "as armas de fogo fazem parte do equipamento base. Não vejo razão para que ontem tivéssemos negado isso".
Heckscher negou categoricamente a ideia de se vir a demitir caso o manifestante gravemente ferido pelos disparos da polícia viesse a falecer.
Irritado pelas perguntas do jornalistas sobre a recusa da polícia sueca em utilizar gás lacrimogéneo ou canhões de água para dispersar os manifestantes, o responsável afirmou apenas que estes "são maus métodos" de repressão.

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