Cancro do cólon matará 3000 pessoas em 2001

Segunda causa de morte por tumor maligno, a doença surge sobretudo após os 50 anos de idade

A mortalidade por cancro do cólon aumentou cerca de 80 por cento de 1980 a 1998, aumento este que é dos mais pronunciados entre todos os tumores malignos. De acordo com a tendência observada nos últimos anos, a SPED calcula que, em 2001, cerca de 5000 portugueses irão adoecer com cancro do cólon e o número de mortos rondará os 3000. A necessidade de sensibilizar os gastrenterologistas e a população portuguesa para este problema foi assumida pela direcção da SPED, ao mesmo tempo que, nos restantes países da Comunidade Europeia, idêntico debate determinava a mesma conclusão. A campanha nacional de prevenção do cancro do cólon, ontem iniciada na Madeira, passou assim a integrar-se, como o próprio país, numa campanha europeia.

Exercício e vegetais

O principal objectivo da campanha em toda a Europa é sensibilizar os profissionais de saúde, as autoridades de saúde e a população em geral para a necessidade de se fazer o rastreio do cancro do cólon. A generalidade dos peritos nesta área considera que um aumento significativo do conhecimento, pelo público e pelos profissionais de saúde, dos benefícios dos métodos de rastreio presentemente disponíveis é, neste momento, o principal objectivo do rastreio do cancro do cólon. A sensibilização dos profissionais de saúde e da população em geral para o rastreio do cancro do cólon contribui ainda para a consciencialização sobre uma questão mais ampla que é a prevenção.


O cancro do cólon é uma doença muito frequente entre nós, com mais de 90 por cento de todos os casos diagnosticados após os 50 anos de idade e com incidência e mortalidade ligeiramente superior no sexo masculino. Apesar de ser desconhecida a etiologia desta doença, determinados comportamentos estão associados a um maior ou menor risco do seu desenvolvimento.


O peso excessivo e a menor actividade física, consequência de alterações de hábitos de vida induzidos pelo desenvolvimento económico, têm sido associados a um maior risco de cancro do cólon. Neste sentido, a SPED aconselha a combater a obesidade e o sedentarismo, estimulando o exercício físico em períodos concretos, aumentar os períodos de marcha, quer aproveitando os períodos do almoço, quer abandonando o transporte público ou privado, em locais mais afastados do trabalho.


Em relação ao comportamento alimentar, um maior consumo de vegetais frescos ou cozinhados está associado a um menor risco de cancro do cólon e diversos estudos sugerem como ideal o consumo de 400g por dia de fruta ou vegetais. O consumo de cereais integrais e de lípidos polinsaturados (azeite, peixe) correlacionam-se também com um menor risco de cancro do cólon. Daí que a SPED recomende o consumo de peixe, fruta, vegetais, cereais integrais, lacticínios e de azeite que predominam na dieta mediterrânica, tradicional em Portugal, que tem sido progressivamente substituída pela divulgação de refeições "fast-food", com todos os inconvenientes que lhes estão associados.


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