Palestinianos acusam Sharon de rejeitar relatório da comissão Mitchell
"A posição hoje formulada por Sharon constitui uma rejeição clara e evidente do relatório" da comissão Mitchell sobre as causas da violência israelo-palestiniana, afirmou o líder palestiniano à AFP."O povo palestiniano vai resistir à colonização, uma vez que ela representa uma bomba ao retardador que vai destruir o processo de paz", acrescentou Abdelrahmane, sublinhando que "os palestinianos não tèm outra escolha que não seja continuar a resistir por meio da Intifada".
Esta tarde, durante uma entrevista televisiva, Ariel Sharon classificou o relatório da comissão Mitchell como "uma boa base" para terminar com a violência, mas voltou a rejeitar o congelamento do processo de colonização israelita nos territórios ocupados, tal como é defendido no documento apresentado ontem em Nova Iorque.
"O objectivo de Sharon sobre a manutenção dos colonatos e o seu desenvolvimento constitui uma violação da [resolução da ONU] 242, da Convenção de Genebra e dos Acordos de Oslo" nos quais foi aberta a porta à autonomia palestiniana, sublinhou Abdelrahmane, acrescentando que "os colonatos são ilegais e foram construídos através da ocupação pela força dos territórios palestinianos".
Nabil Abou Roudeina, conselheiro do Presidente palestiniano, Yasser Arafat, afirmou, por seu lado, que os palestinianos continuam a condicionar o fim dos confrontos ao "congelamento de todas as actividades de colonização".
Ao afirmar que o relatório "é um começo para pôr fim à crise", Ariel Sharon está a tentar contorná-lo, acusou Roudeina, defendendo que "o único meio de parar a violência e fazer regressar a calma e a segurança à região é aplicar o relatório Mitchell e não contorná-lo".