Novo acordo aéreo no segundo dia de trabalhos da Cimeira Luso-Marroquina

Foto
A cimeira não reserva expectativas relativamente ao dossier das pescas, dado que estas negociações devem ser feitas no âmbito da UE Manuel de Almeida/Lusa

A importância de um novo acordo justifica-se, segundo fonte portuguesa, citada pela Lusa, pelo aumento de turistas nacionais em Marrocos. O ano 2000 registou um aumento de 36 por cento relativamente ao ano anterior, sublinhou ontem o primeiro-ministro português, António Guterres, no primeiro encontro com o seu homólogo marroquino, Abderrahmane Youssoufi, em Lisboa.Depois de encontros sectoriais no primeiro dia, só hoje os dois chefes de Governo participam nos trabalhos da cimeira, entre as 10h00 e as 11h00, num hotel de Lisboa.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Marrocos, Mohamed Benaissa, que deveriam ter-se reunido ontem ao fim da tarde, encontram-se hoje às 09h00.
Da cimeira não se aguardam grandes novidades, pelo facto do dossier das pescas, o mais problemático entre os dois países, ser negociado no âmbito da União Europeia (UE) e não a nível bilateral.
No final da reunião entre Guterres e Youssoufi, em que também esteve presente o chefe da diplomacia portuguesa, Jaime Gama, este avisou contra a criação de "falsas expectativas" quanto a um papel de Portugal destinado a favorecer um novo acordo.
"Queremos que ambas as partes não dêem por definitivamente encerradas as negociações, mas também não queremos criar uma falsa expectativa", afirmou, considerando que "seria mais vantajoso, quer para a UE quer para Marrocos, haver um acordo".
O anterior acordo de pescas entre as duas partes expirou no final de Novembro de 1999 e desde essa data têm fracassado as negociações com vista à assinatura de um novo convénio, para o qual Marrocos exige contrapartidas financeiras mais elevadas.
Um dos objectivos desta cimeira é aumentar o nível de investimentos portugueses em Marrocos. Entre 1995 e 1999 Portugal foi o terceiro investidor mundial no reino.
A necessidade de dinamização das relações económicas deverá marcar todos os contactos entre as duas delegações, que deverão ainda assinar um protocolo de cooperação sobre a criação de uma linha de crédito de dois milhões de contos (cerca de 10 milhões de euros), em Portugal, para fomento de parcerias entre pequenas e médias empresas dos dois países.
Os trabalhos da VI Cimeira Luso-Marroquina terminam ao final da manhã com uma conferência de imprensa no hotel onde decorrem os trabalhos.

Sugerir correcção
Comentar