Cimeira luso-marroquina começa hoje em Lisboa
O chamado "Acordo de Lisboa", de seu nome completo Acordo de Cooperação para a Protecção das Costas e das Águas do Atlântico Nordeste contra a Poluição, envolvendo Portugal, a Espanha, a França, Marrocos e a Comissão Europeia, que só ainda não foi ratificado por Espanha e Marrocos por estes dois países considerarem que o limite sul da aplicação do acordo não está ainda definido, faz parte da agenda oficial dos trabalhos. Na área do ambiente, será debatida a cooperação bilateral sobre parceria euro-mediterrânica, abrangendo cinco áreas principais, a protecção da água, os resíduos, zonas críticas, zonas costeiras e o combate à desertificação. Na área dos transportes, prevê-se a abertura de negociações para um novo acordo aéreo, cada vez mais necessário, pois o número de turistas portugueses que visita Marrocos aumenta todos os anos - em 1998, foram mais de 25 mil, um aumento de 36,4 por cento em relação ao ano anterior.
De novo na mesa de trabalhos da cimeira está a assinatura de um tratado de extradição Portugal-Marrocos, cujas negociações estão paradas desde 1998, uma vez que Marrocos não aceita as propostas portuguesas relativamente à aplicação da pena de morte e prisão perpétua.
Os responsáveis das Finanças e Economia dos dois países passaram em revista grandes projectos de infra-estruturas em Marrocos e preparam a assinatura de um acordo tendo em vista a concessão de facilidades de crédito. Em termos fiscais, está constituído um grupo de trabalho para evitar a dupla tributação e evasão fiscal, importantes para as trocas comerciais, que estão a aumentar: a balança comercial entre Portugal e Marrocos tem sido favorável a Portugal desde 1995, as importações cresceram 17 por cento em 2000 e as exportações também aumentaram 23,2 por cento.
Paralelamente à cimeira, será inaugurado um seminário subordinado ao tema "Portas do Mediterrâneo", cujo objectivo é o inventário do património edificado de origem portuguesa em El-Jadida, uma acção organizada pelo Ippar.