Professores exigem financiamento do ensino básico

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Esta é uma das manifestações que os professores e sindicatos vão desenvolver todas as quartas-feiras do mês de Maio António Cotrim/Lusa

Apesar de simbólico, este protesto é mais um na longa lista da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que para este mês agendou manifestações para todas as quartas-feiras, com o apoio do Sindicato dos Professores da Região Norte.A próxima concentração pretende sublinhar, junto da opinião pública, "o crescente financiamento do ensino privado, ao mesmo tempo que se mantêm dificuldades e carências de todo o tipo na escola pública, com especial incidência no 1º ciclo do ensino básico", cita a Lusa.
A Fenprof avança que, em 1999, o ensino privado recebeu em subsídios estatais 22 milhões de contos (109,7 milhões de euros), com unicamente metade deste valor atribuído a colégios da área da Direcção Regional de Educação do Centro. "Esta situação não seria grave", refere a federação, "se não assistíssemos ao definhar de muitas escolas públicas que, cada vez com menos alunos, vêem decrescer assustadoramente a sua população escolar e a aumentar os horários zero dos professores".
Na opinião dos professores, esta política do Governo vem mais uma vez beneficiar os colégios privados, através de vários subsídios, afectando as escolas públicas, ao retirar-lhes alunos. "Há pois, que exigir investimento na escola pública. Há que obrigar o ministério a criar nestas escolas as condições que propicia aos privados. Há que suspender os chamados contratos de associação com colégios que se enchem de alunos residentes em zonas servidas por escolas públicas", defende a Fenprof.
Além das críticas ao financiamento do ensino privado, os professores e os sindicatos vão exigir também a revisão de alguns aspectos que consideram negativos do actual regime de autonomia, administração e gestão das escolas, com destaque para a conflitualidade entre órgãos e burocratização na circulação da informação.
Para expor as suas críticas ao Ministério da Educação, os docentes escolheram uma exposição sobre as duas situações e uma dramatização intitulada "Outorga da autonomia às escolas", que terá como personagens o ministro da Educação e o presidente do Conselho Executivo, professores e alunos da escola.

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