Conferência da ONU sobre nações mais carenciadas começa segunda-feira
Durante uma semana, as Nações Unidas, responsáveis governamentais, o Banco Mundial, Organizações Não Governamentais e empresários vão tentar encontrar soluções para ajudar a retirar os 49 países mais carenciados da "armadilha de pobreza", referiu o secretário-geral do encontro, o brasileiro Rubens Ricupero.A aposta no investimento económico por parte do sector privado torna-se uma peça-chave para o desenvolvimento durável destes países e para a produção de riqueza, que lhes permita contrariar o rumo de pobreza seguido até agora.
Paralelamente, a execução de projectos concretos a nível da educação, agricultura e saúde é outro dos pólos de desenvolvimento desejado para os 630 milhões de pessoas que vivem nos locais mais carenciados do mundo.
Poul Nielson, o comissário europeu do Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, sublinhou, no entanto, que serão atribuídas responsabilidades aos países menos avançados, nomeadamente através de uma abordagem crítica das suas políticas. "Não podemos tratar os países menos avançados como doentes, num processo em que nós somos os médicos que dizemos o que é que eles devem fazer", afirmou o comissário.
Alcançar objectivos e resultados concretos é por isso a palavra de ordem deste encontro, numa área que já foi conquistada pelo cepticismo. "Esta conferência constitui uma oportunidade única para definir soluções comuns que exijam uma acção por parte de todos os parceiros", afirmou Romano Prodi, presidente da Comissão Europeia, apelando para a renovação dos esforços por parte dos países industrializados no combate à pobreza.
Os países menos avançados são constituídos por 49 Estados - 34 de África (incluindo os cinco de Língua Oficial Portuguesa), nove da Ásia, cinco do Pacífico e um das Caraíbas.
Durante este encontro, é esperado o anúncio das contribuições dos países doadores, incluindo o assumir de compromissos concretos a nível de recursos, e programas e iniciativas a favor do desenvolvimento.
A conferência da ONU contará com a presença do secretário-geral da ONU, Kofi Annan; do director-geral da Organização Mundial do Comércio, Mike Moore, e do presidente francês, Jacques Chirac.