Pinguim imperador sofre diminuição de 50 por cento

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Os pinguins chegam à Terra Adélia para iniciar o período de reprodução DR

A população de pinguins imperiais da Terra de Adélia, no Antárctico, diminuiu 50 por cento devido ao sobreaquecimento do oceano, revelando que estas aves marinhas são um verdadeiro barómetro das alterações climáticas, segundo um estudo publicado na revista "Nature".

O estudo foi realizado na base antárctica francesa de Dumont-d’Urville, perto do local de reprodução de uma colónia de pinguins imperadores.A colónia tem sido objecto de estudo científico ininterrupto desde 1952, quando o número de casais era seis mil.
Este número permaneceu estável até 1975, quando conheceu uma diminuição, estabelecendo-se nos anos seguintes nos três mil casais.
Christophe Barbraud e Henri Weimerskirch tiveram a ideia de comparar a evolução da população dos pinguins, com base em dados registados por uma estação meteorológica nas proximidades, informou a AFP.
Os cientistas chegaram à conclusão de que o sobreaquecimento, repercutido nas águas superficiais do oceano austral, limitou a formação sazonal da camada de gelo, sobre a qual se desenvolvem as colónias de pinguins.
A redução desta massa gelada flutuante e os seus efeitos no ecossistema levaram a uma escassez nas reservas de alimento e conduziram, num quarto de século, a uma mortalidade anormalmente elevada dos pinguins que nunca mais recuperaram.
O pinguim imperador é a única espécie que se reproduz em pleno Inverno austral.
Com uma duração média de vida de 30 anos, estes animais podem chegar a pesar entre 20 a 45 quilos.
Durante o Verão austral (de Janeiro a Março), os pinguins vivem e alimentam-se no mar, acumulando proteínas; quando as camadas de gelo flutuantes se começam a consolidar, entre Março e finais de Abril, os pinguins regressam, fazendo por vezes cerca de cem quilómetros para chegar ao local de reprodução.

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