Motins em Cincinnati após polícia ter matado jovem negro desarmado

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Timothy Thomas foi o quinto jovem negro a ser morto pela polícia, o que terá provocado a cólera da comunidade afro-americana Tom Uhlman/AP

Manifestantes, enfurecidos pela morte de um afro-americano desarmado, alvejado por um polícia branco, incendiaram ontem à noite um mercado na zona histórica de Cincinnati, nos EUA, e atacaram vários edifícios, anunciou a polícia.

O vandalismo e a violência intensificaram-se ao cair da noite, no seguimento de manifestações e protestos ocorridos durante a tarde, aos quais a polícia reagiu atirando balas de borracha e gás lacrimogéneo."Temos motins a decorrer, temos episódios de vandalismo, muitas janelas a ser partidas", afirmou Ray Ruberg, comandante da polícia local, adiantando que os manifestantes se dividiram em pequenos grupos durante a noite e que nesse período vários contentores do lixo foram incendiados junto à baixa da cidade.
Ray Ruberg adiantou que mais de 65 pessoas ficaram feridas durante os violentos confrontos iniciados durante a tarde de ontem. Desses, 25 foram hospitalizados e os restantes 40 acabaram por ser tratados por equipas médicas no local. Relatos não confirmados dão conta de que algumas pessoas terão sido obrigadas a sair dos seus carros e espancadas pelos manifestantes.
Pelo menos 20 jovens foram detidos desde segunda-feira por conduta desordeira, adiantou a mesma fonte.
Desde sábado passado que a cidade tem vindo a ser palco de forte tensão, o mesmo dia em que Timothy Thomas, um jovem negro de 19 anos foi morto por um disparo da polícia durante uma perseguição para o deter. Timothy Thomas era acusado de várias infracções, tais como não usar cinto de segurança enquanto conduzia. O jovem é o quinto negro morto pela polícia de Cincinnati desde Setembro do ano passado.
"Existe muita frustração na comunidade, o que é compreensível. Temos registado demasiadas mortes na nossa comunidade às mãos da polícia de Cincinnati ", afirmou o mayor Charlie Luken, que, como medida de precaução cancelou a sessão pública de hoje na Câmara com medo de novos episódios de violência.
Depois de conversações com o chefe da polícia local, o FBI decidiu já abrir uma investigação preliminar para averiguar os acontecimentos que levaram à morte de mais um jovem negro.

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