Mão-de-obra portuguesa é a mais barata entre os Quinze

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Os países do Leste europeu são opções mais fortes para o investimento estrangeiro e Portugal tem sido preterido DR

A mão-de-obra em Portugal é um terço mais barata em relação à média dos quinze países da União Europeia nos sectores da indústria e serviços em 1998, segundo o Eurostat.

O custo por hora na indústria e serviços variava entre os sete euros (1403 escudos) em Portugal e 27 euros (5413 escudos) na Alemanha, Dinamarca e Áustria - dados de 1999. Um outro dado relevante que é o que compara a competitividade das economias dos dois blocos económicos, a Europa e os Estados Unidos (EUA). Conclui-se que o preço médio da mão-de-obra ronda os 17,8 euros (3568 escudos) nos EUA e nos Quinze é de 22,1 euros (4430 escudos), um diferencial de 19,5 por cento mais barato e favorável à economia norte-americana, segundo o Eurostat.
Entre os doze países que compõem a zona euro, o preço não se altera significativamente, a cotar-se nos 21,9 euros (4390 escudos), e inclui as remunerações em dinheiro ou em espécie, salários, os pagamentos à segurança social a cargo dos trabalhadores, despesas com formação profissional e impostos.
Em Espanha o custo da mão-de-obra era em 1999 duas vezes mais cara que em Portugal, elevando-se a 15,3 euros (3067 escudos).
Apesar destes dados serem comparáveis, o organismo de estatística da Comissão Europeia lembra que de um Estado-membro para outro há diferenças ao nível dos sistemas fiscais, de pensões e de segurança social, noticia a Lusa.
Para efeitos de contribuições para a segurança social, as empresas dinamarquesas pagam 6,4 por cento do custo por cada trabalhador - e são os mais baixos na Europa - e Itália, como a mais cara, paga 32,7 por cento, enquanto Portugal encontra-se na média e as empresas dispendem 20,4 por cento do custo da mão-de-obra.
O estudo do Eurostat não avalia a produtividade da mão-de-obra entre os vários países europeus, sem dúvida uma medida importante que complementa o custo por trabalhador.
O preço da mão-de-obra, acompanhado da sua produtividade, é também factor determinante para o investimento estrangeiro nos países europeus. Em Portugal, a combinação das duas variáveis tem sido um factor importante para o investimento estrangeiro na última década. Hoje o factor trabalho parece ter deixado de ser relevante, a olhar para os fracos investimentos de grupos estrangeiros no nosso país. A estabilidade política e económica dos países do Leste europeu tem sido um chamariz para esse investimento e não tanto o Sul da Europa.

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