Médica acusada de negligência com parturiente julgada hoje em Setúbal
A 15 de Março de 1997, Lurdes Évora sofreu um parto prematuro, devido ao "rebentamento das águas" aos sete meses, conta a Lusa. O parto correu sem problemas, mas a mãe queixou-se, dias depois, à médica de que sofria de hemorragias, ao que a médica respondeu com um pedido de análises ao sangue, que revelaram anemia. Isabel Matos terá desvalorizado o caso e Lurdes Évora marcou uma consulta no Hospital de Setúbal com a mesma obstetra, a 1 de Abril de 1997, devido a um desmaio na véspera, na sequência de uma hemorragia. Mais uma vez foi enviada para casa, sendo que se deslocou ao consultório particular da médica a 7 de Abril, tendo a clínica pedido uma ecografia, que revelou que poderia ter "restos placentários". Lurdes dirigiu-se de imediato ao consultório particular da médica, quando sofreu nova hemorragia e ficou retida no carro. O marido informou a médica por telefone, que então admitiu a necessidade de uma intervenção cirúrgica, que marcou de imediato para o dia 11 de Abril, mas assegurou uma vez mais que a placenta tinha sido totalmente retirada durante o parto.Mas a história não termina a 11 de Abril mas sim com uma intervenção cirúrgica de urgência depois de Lurdes ter desmaiado de novo. Foi operada no Hospital do Barreiro, onde análises pedidas pelos médicos após a intervenção revelaram que Lurdes Évora tinha de facto "restos placentários" no útero.
O Ministério Público pediu o relatório, mas o Hospital do Barreiro respondeu que a referida análise, embora tivesse sido pedida pelos médicos, não tinha sido efectuada, explica a Lusa. Um dos médicos ouvidos na fase de inquérito, acabou, no entanto, por apresentar uma cópia do relatório da análise, ficando por esclarecer o que terá acontecido ao original, bem como as razões que terão motivado a resposta negativa do Hospital do Barreiro.