Revista «Leituras» dedicada a Eça de Queirós
"Pelo menos até à minha geração Eça de Queirós foi no Brasil não apenas presença extraordinariamente viva, mas quase mania, tanto era lido, citado, glosado, imitado por velhos e moços, cultos e semi-cultos nas capitais, nas pequenas cidades, nas fazendas", escreve neste número sete da "Leituras" António Cândido, professor jubilado da Universidade de S. Paulo e Prémio Camões em 1998.O editorial da revista ficou a cargo de Carlos Reis, director da BN e especialista em estudos queirosianos.
Segundo Reis, a publicação deste número "constitui, no conjunto de colaborações diversificadas que integra, um momento decisivo do Ano Queirosiano na BN".
Os ensaios apresentados pertencem na sua maioria a investigadores convidados, concretizando-se assim "a interacção com a comunidade científica que a direcção da BN tem privilegiado".
Para Carlos Reis, "Eça de Queirós pertenceu a uma das mais brilhantes e interventivas gerações que a cultura portuguesa já conheceu".
António Cândido acrescenta ainda que "foi uma sorte o facto de termos tido simultaneamente, no âmbito da Língua Portuguesa, dois dos maiores escritores das literaturas ocidentais no século XIX: ele [Eça de Queirós] e Machado de Assis".
A revista está estruturada em dois capítulos: "Leituras de Eça de Queirós" e "Conhecer Eça na BN".
Entre os artigos contam-se "Um olhar sobre o imaginário queirosiano, passagens e metamorfoses do saltimbanco", de Daniel Henri-Pageaux, e "O sítio de Eça no novo mundo da escrita: www.bn.pt", de Irene Fialho, Luís Augusto Costa Dias e José Baptista de Sousa.
Este número da "Leituras", com uma tiragem de 1500 exemplares e cerca de 200 páginas, é ilustrado com reproduções de documentos, jornais e manuscritos e contém ainda em destacável uma caricatura do escritor, desenhada em 1971 pelo artista cubano Juan David.