Perto de três milhões de portugueses consomem água com substâncias cancerígenas

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A água bebida em 47 concelhos está contaminada DR

Os organoclorados formam-se durante a desinfecção da água com cloro, que é feita quando a água tem um excesso de matéria orgânica. Entre eles está o clorofórmio. Em excesso, os organoclorados podem ter efeitos cancerígenos, já provados em animais e com risco de tumor para os seres humanos. A quantidade admitida pela lei portuguesa, por litro, é de um micrograma. Em Évora, Castelo Branco, Loures e Mortágua, registam-se valores entre os 114,5 (Mortágua) e os 224 (Évora) microgramas por litro. A União Europeia tolera o valor máximo de 150 microgramas por litro.Os valores futuros vão ser definidos pela directiva comunitária que entrou em vigor em Dezembro de 2000, que numa segunda fase de aplicação vai baixar ainda mais a taxa de substância por litro em 2003.
Os números estão patentes num relatório do Ministério do Ambiente que não analisa os numeros publicados. De acordo com o "Expresso", que cita Santos Oliveira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Lisboa, "este problema é típico das águas das albufeiras devido à poluição e degradação", que os municípios purificam com cloro, o que resulta em taxas de substâncias perigosas acima do permitido.
Em termos gerais, o "Expresso" contabiliza que 200 mil portugueses tenham consumido água contaminada em 1999, sendo as piores situações Trás-os-Montes e Beira Interior. Apenas 75 por cento das análises obrigatórias à qualidade da água ao nível dos municípios e nem sempre os resultados são divulgados, o que é obrigatório por lei.

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