Brendan Fraser é o "bom selvagem" do cinema americano, um corpo excessivo mas inocente (como se estivesse ausente de si mesmo), e isso reenvia-nos para alguns modelos masculinos do cinema americano dos anos 50. É essa deslocação que "O Namorado Atómico" quer explorar, colocando na Los Angeles dos anos 90 um "rapaz" de 35 anos que viveu toda a sua vida num refúgio anti-atómico que os pais construíram nos anos 60, durante a histeria da crise dos mísseis de Cuba. O encontro deste anacrónico com uma "fura-vidas" ao ritmo do seu tempo (Alicia Silverstone) - uma espécie de "me Tarzan, you Jane" aqui explicitado como acasalamento primordial, já que ele se chama Adão e ela Eva - é o mecanismo inicial de "O Namorado Atómico". E é também o final, já que o filme não consegue ir para além de querer fazer humor com os choques dos "design" de épocas.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: