Mensagem de Cunhal leva comunistas ao rubro

O líder histórico do Partido Comunista Português (PCP) reafirmou hoje a importância do marxismo-leninismo na vida do partido, numa mensagem dirigida ao XVI congresso comunista, que suscitou grande entusiasmo entre os cerca de 1700 delegados presentes.

Na sua mensagem, lida pelo actor Morais e Castro, Álvaro Cunhal, de 87 anos - que esteve ausente por doença -, disse esperar que este congresso confirme que o PCP "é e continuará a ser um grande partido comunista, digno desse nome". O discurso de Cunhal foi constantemente aplaudido pelos militantes presentes no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, constituindo a sua leitura o momento mais alto deste Congresso.Cunhal sublinhou ainda que a preparação do congresso foi marcada por "uma das mais violentas campanhas anti-comunistas de todos os tempos" e criticou a comunicação social, que diz ter sido a "tribuna daqueles, incluindo membros do partidos, que querem que o PCP deixe de ser o que é", numa clara alusão aos chamados militantes renovadores.

Domingos Abrantes condena defensores de alianças com o PS


O dirigente comunista Domingos Abrantes condenou hoje os militantes do seu partido que defendem alianças com o PS, num discurso que mereceu uma prolongada salva de palmas por parte dos congressistas.
Na sua intervenção, este membro da direcção do PCP procurou afastar qualquer crítica à forma como as teses foram discutidas e aprovadas internamente ao longo dos últimos meses, e fez um duro ataque aos "camaradas" que tentaram eliminar as referências mais negativas em relação à conduta dos Governos do PS.
Depois de ter reconhecido que "a caluniosa campanha" lançada contra o PCP "contou com a cumplicidade de alguns membros do partido", Domingos Abrantes considerou ser impossível qualquer "alternativa de esquerda [com o PS] a curto prazo, classificando o partido liderado por António Guterres como um aliado "da direita, que subordina o político ao económico e que segue uma política de classe a favor do grande capital", cita a Lusa.
Após estas referências, Domingos Abrantes voltou-se para as posições defendidas por alguns dirigentes da ala renovadora. "Aos camaradas que propuseram a eliminação dessas referências ao PS, em nome de uma maior dificuldades de entendimento, é preciso que se diga que a luta pela existência de uma alternativa de esquerda não é táctica mas estratégica", recomendou.

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