A SIC e a TV Cabo convocaram ontem uma conferência de imprensa "com vista à divulgação" do SIC Notícias/CNL. Mas pouco esclareceram os jornalistas sobre um canal de informação que em "finais de Setembro ou princípios de Outubro" começará a emitir na vez do actual CNL. Novidades, novidades... só mais tarde.

O SIC Notícias/CNL vai ter 24 horas de informação, 60 jornalistas, uma "grande cooperação" com a SIC generalista, e poderá arrancar a 6 de Outubro, data a partir da qual nunca mais se verá nenhum dos actuais programas do CNL. Estas são, no essencial, as informações prestadas ontem aos jornalistas por Emídio Rangel, director de Programas e Informação da SIC, Graça Bau, presidente da TV Cabo, e Nuno Santos, director do SIC Notícias/CNL. Uma sessão que contou com muitas caras conhecidas do canal, mas que manteve em segredo o essencial do projecto. Para Emídio Rangel, o SIC Notícias/CNL, numa emissão de 24 horas, procurará ser "uma referência importante na informação" e assumirá um projecto que "não existe nestes moldes". Sem querer adiantar pormenores sobre o futuro conteúdo da emissão, Emídio Rangel reconheceu que é impossível fugir ao formato de noticiários de meia em meia hora. Quanto a programas nada foi adiantado ("ainda estão definidos em projecto"), mas uma coisa é certa: nenhum dos actuais será aproveitado. Nem a imagem do canal permanecerá. Outra das vertentes é a aposta na interactividade, a menina de olhos da TV Cabo. Graça Bau assegurou que o SIC Notícias/CNL vai ter "uma componente interactiva importante e marcante", no âmbito do projecto de televisão interactiva da operadora de cabo que irá permitir a uma parte dos clientes interagir com o conteúdo da emissão televisiva. A data de arranque também não foi precisada, mas Rangel acredita que "finais de Setembro, princípios de Outubro" o canal está em condições de emitir. Comentou-se com grandes probabilidades o dia 6 de Outubro, a data de aniversário da SIC generalista. De qualquer forma, a partir de 1 de Setembro a SIC passa a tomar conta do CNL, já que é neste dia que se torna efectiva, em termos formais, a parceria entre a estação de Carnaxide e a Portugal Telecom. A redacção do novo canal será constituída por 60 jornalistas, dos quais sete ou oito vieram da SIC, alguns da RTP e 22 foram aproveitados do CNL. Em relação aos operadores de câmara, Nuno Santos reconheceu que foi dada prioridade à constituição da equipa de redactores e que, nos próximos 15 dias, será formada a equipa de repórteres e editores de imagem bem como a de produção. O director do canal admitiu ainda que poderão ser recrutados mais alguns elementos. Para já, todos vão ter um curso de formação, a partir de hoje. Entre o grupo do futuro canal, convidado em peso para a conferência de imprensa, contavam-se algumas caras conhecidas como Bárbara Guimarães, Rita Ferro Rodrigues, Pedro Mourinho, Candida Pinto, João Adelino Faria, Ricardo Costa, José Manuel Portugal.Dos que foram excluídos deste projecto, parte vai ficar no SIC Online, coordenado por José Alberto Carvalho, e outra parte, segundo Graça Bau, poderá vir a integrar outros canais temáticos que estão a ser desenvolvidos pela TV Cabo. Um dos aspectos delicados é a relação entre as duas SIC. Emídio Rangel garantiu que existirá uma "grande cooperação" entre os dois canais, salvaguardando a independência da estrutura de cada um. "Há um protocolo" entre os dois canais para benefícios de ambos, além de funcionarem nas mesmas instalações - na SIC, em Carnaxide. Até ao arranque do novo projecto, o canal terá uma programação especial, sem os noticiários habituais ao longo do dia e cheio de repetições de programas. Existirão apenas duas sínteses noticiosas por dia (de dez minutos cada) e, por exemplo, durante esta semana, as noites serão preenchidas com o programa de Luísa Castel Branco. Os finais de tarde estão a cargo do Curto Circuito que, assim como a maior parte dos programas desta "grelha de Verão", terá um "best-of" ao fim-de-semana.