O 25 de Abril em directo

Na madrugada de 24 de Abril e ao longo do dia 25, a SIC vai transmitir uma mega-produção que tentou reconstruir, do modo mais fiel possível, o movimento liderado pelo Movimento das Forças Armadas. O projecto levou um ano a preparar e envolveu perto de 60 actores. O resultado são várias horas de filme que será exibido em tempo real. Em Maio, a SIC transmite, em estreia mundial na televisão, "História(s) do Cinema", de Jean-Luc Godard.

Quando na madrugada de 24 para 25 deste mês, qualquer espectador sintonizar a SIC vai poder ver, em tempo real, todos os passos do movimento militar que gerou a Revolução dos Cravos. O filme A Hora da Liberdade, que tenta reconstituir as horas que antecederam o golpe militar, é uma mega-produção da SIC para comemorar os 25 anos do 25 de Abril. O documento televisivo foi ontem apresentado pela SIC, em Lisboa, durante um encontro com jornalistas e convidados, que juntou na mesma sala os actores do filme e os protagonistas do movimento. Dividido em 13 blocos (dos quais ontem só foram vistos três, num total de 50 minutos), o filme levou cerca de um ano a preparar e dois meses a rodar, quase sempre de madrugada. Envolveu perto de 60 actores, mais de mil figurantes, 20 quartéis e unidades militares. Para a realizadora, Joana Pontes, o primeiro desafio foi escrever o guião. "Há quartéis que já não existem e situações que não se puderam reproduzir. Tivémos que escolher o que nos parece o melhor exemplo do que foi o movimento militar", afirmou Joana Pontes que partilha a autoria do projecto com Emídio Rangel, director de Informação e Programas da SIC, e Rodrigo de Sousa e Castro, coordenador militar. O segundo desafio, salientou a realizadora, "foi orientar os actores para representar pessoas que, na maior parte dos casos, ainda estão vivas". Salgueiro Maia é interpretado por Manuel Wilborg, Otelo Saraiva de Carvalho é personificado por António Capelo, António de Spínola por Júlio Cardoso, Marcelo Caetano é José Manuel Mendes. Ainda antes da exibição deste filme, a SIC preparou outras iniciativas destinadas a comemorar o 25 de Abril. Desde o dia 1 de Abril que passam, em horário nobre, pequenos apontamenos com depoimentos e imagens de arquivo, sob o título "Portugal Era Assim". A partir de sexta-feira começa a ser exibida uma série de depoimentos dos militares de Abril sobre os mais importantes passos dados pelos homens do Movimento das Forças Armadas, desde o primeiro encontro de Évora até à derradeira reunião em casa do capitão cordeiro Valente, já depois dos acontecimentos do 16 de Março. Este bloco intitula-se "Foi há 25 anos". No encontro de ontem, a SIC aproveitou para anunciar as novidades da programação de Maio. Estreias de alguns êxitos do cinema em televisão e o reaparecimento de Catarina Furtado são duas das principais apostas do canal.Intitulado Pequenos e Terríveis, o novo programa de Catarina Furtado vai dar protagonismo às crianças. À semelhança de um outro programa que já existiu na TVI, os mais novos vão ter a oportunidade de dizer o que pensam sobre os mais variados assuntos e fazer perguntas a convidados em estúdio, "sem qualquer tipo de censura", garante a apresentadora. O programa estreia a 1 de Maio e irá para o ar aos sábados em horário nobre. No cinema, os destaques da SIC para o próximo mês vão para quatro estreias em televisão: "Força Aérea 1", "O Dia da Independência", "Homicídio na Casa Branca" e "Jogos Quase Perigosos". Mas nem só do cinema de grande público é feito o cartaz de oferta da SIC para Maio. Na rubrica mensal As Noites Longas, o canal vai exibir em estreia mundial na televisão o filme "História(s) do Cinema", uma visão sobre o cinema, a sua história e as suas histórias com a assinatura do cineasta francês Jean-Luc Godard. É uma longa série de cinco horas, com Juliette Binoche, Sabine Azéma, Serge Daney, Julie Delpy e o próprio Godard. Esta estreia abosoluta, que precisou inclusivamente do aval pessoal do realizador, vai para o ar a 26 de Maio, a partir da 01h30 da manhã.

Sugerir correcção