O exílio no museu

Encontro entre a crise dos refugiados sírios e a arte contemporânea.

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As mercadorias em vez das pessoas...

Encontro entre a crise dos refugiados sírios e a arte contemporânea (ou, enfim, uma ideia mais ou menos incipiente de “arte contemporânea”), O Homem que Vendeu a sua Pele é uma co-produção internacional que tem ao leme uma realizadora tunisina — e apesar das suas características de “euro-pudim” (ou “pudim euro-árabe”), foi como filme tunisino que se impôs, merecendo estar entre os nomeados para o ultimo Óscar de “melhor filme internacional”. A chave do filme, que vale o que vale (e na sua legibilidade imediata não vale muito), é a constatação, dita num diálogo, de que actualmente a tendência geopolítica é para colocar entraves à circulação de pessoas enquanto se retiram os entraves à circulação de mercadorias. E é assim que Sam (o actor Yahia Mahayni), sírio obrigado a deixar o seu país por supostas ofensas ao estado, se deixa cair nos braços de um conceituado, e conceptual, artista plástico. O rapaz torna-se “mercadoria”, a “obra de arte” é uma grande tatuagem nas suas costas, e com isso ele pode conseguir o visto para entrar na Bélgica e ir à procura da sua ex-namorada.

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