Amália Rodrigues: “Quando convinha, eu era comunista, quando não convinha eu era fascista”

Enviou uma carta elogiosa a Salazar e escreveu-lhe até um poema quando o ditador estava doente. Mas cantou opositores do regime e deu muito dinheiro a presos políticos, grevistas e, por essa via, ao PCP. Foi esta Amália, dual e indomável, que o jornalista Miguel Carvalho foi encontrar, fixando-a no livro Amália — Ditadura e Revolução.

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Museu do Fado

Se Rão Kyao não tivesse gravado Fado Bailado, talvez o livro Amália — Ditadura e Revolução não existisse. Rão gravou-o porque gostava de ouvir “os grandes estilistas do fado”, porque o pai era amigo de Amália e ia com ele várias vezes a casa dela, quando era miúdo. Daí a fazer um disco instrumental só com fados de Amália, interpretados no seu saxofone, foi um passo. Mal podia adivinhar que esse disco, lançado em 1983, seria um “Cavalo de Tróia” Amaliano numa casa onde “falar da Amália era quase proibido.” A de Miguel Carvalho, precisamente.

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