Em média, só cerca de 10% dos alunos não regressaram às aulas presenciais

Ministério da Educação e Fenprof coincidem no balanço da primeira semana de aulas presenciais para o 11.º e 12.º ano.

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As aulas presenciais são para alunos do 11.º e 12.º ano Paulo Pimenta

O Ministério da Educação (ME) indicou, em respostas ao PÚBLICO, que “cerca de 90% dos alunos estiveram presentes nas escolas durante esta primeira semana de aulas presenciais”. Os estudantes que regressaram às escolas são os do 11.º e 12.º ano, num total de perto de 160 mil.

O balanço feito pelo ME coincide com o divulgado horas antes pela Federação Nacional de Professores (Fenprof). Numa nota à comunicação social, esta estrutura sindical deu conta de que “as ausências dos alunos andaram na ordem dos 10%, apesar de haver escolas em que a presença é praticamente total e outras em que as faltas chegam a ultrapassar os 50%.”

Segundo a Fenprof, os motivos alegados para a ausência “são, normalmente, três: falta de transporte em horário adequado; preocupação com a situação epidemiológica e medo de contágio a familiares; ser disciplina a que o aluno não irá fazer exame”. A este respeito, a estrutura dirigida por Mário Nogueira garante que, “apesar de o ME parecer ter abandonado estes alunos [por ter retirado a obrigação de lhes garantir ensino remoto], muitos professores, solidários com eles, decidiram continuar a apoiá-los à distância”.

Quase todos os professores voltaram

Quanto aos professores, o ministério refere que, “nos últimos dias, estiveram presentes a quase totalidade dos docentes previstos”. À semelhança do que o ministro Tiago Brandão Rodrigues já revelara em entrevista ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, publicada nesta quarta-feira, os últimos dados relativos à contratação de docentes confirmam que não houve “qualquer aumento dos pedidos de horários novos [cada horário significa mais um professor] para substituição por doença nas mais recentes reservas de recrutamento quando se comparadas com as do passado mês”.

As reservas de recrutamento são concursos semanais para a colocação de docentes que visam assegurar necessidades que vão surgindo nas escolas, nomeadamente por razões de doença. As listas de colocação do último concurso foram publicadas nesta sexta-feira: ficaram colocados 77 professores contratados, a esmagadora maioria dos quais em escolas do Norte do país.

Como esta é a região de origem de muitos dos professores que estão por colocar, geralmente é também a escolhida por estes nas preferências que manifestam nas suas candidaturas. Já a região de Lisboa, por exemplo, continua a ser preterida nestas opções.

No seu balanço, a Fenprof também refere que “os professores compareceram ao trabalho presencial, com excepção dos que se encontram em situação de doença”. “Em relação aos docentes que integram grupos de risco, houve escolas que optaram por mantê-los em ensino a distância com coadjuvação [por outro docente em sala de aula], e outras que preferiram substituí-los, reorganizando a distribuição de serviço”.

Não foi ainda divulgado quantos professores não voltaram às escolas por pertencerem a grupos de risco. “Não sabemos aprioristicamente. É um processo que ocorre em cada escola e mais tarde podemos ter a compilação mais refinada”, indicou o ministro da Educação na entrevista já mencionada.

A Fenprof indica ainda que só cerca de “um terço das escolas procederam a alterações ao serviço” que já se encontrava antes distribuído pelos docentes. “A maioria destas considerou que não deveriam, a pouco mais de um mês do final das aulas, mudar os professores das turmas”, especifica. Em resultado disto, “depois das aulas nas escolas” são muitos os professores que “correm para casa” para continuar a garantir o ensino à distância que lhes está atribuído.

Nas respostas ao PÚBLICO, o ME destaca que a resposta da comunidade educativa nesta primeira semana de regresso às aulas foi “verdadeiramente expressiva”.

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