Camané e Laginha com bilhete de ida e volta até ao passado

Quase a fechar um ano em que decidiram levar a sua parceria mais a sério para os palcos, Camané e Mário Laginha lançam dia 15 Aqui Está-se Sossegado. Um disco carregado da História do fado, mas com o desprendimento de quem não fica amarrado lá atrás.

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KENTON THATCHER

Camané e Mário Laginha quase se benzem, e não evitam um certo esgar de horror, perante a menção (pelas suas próprias vozes) de um encontro entre os dois que desembocasse em qualquer coisa apelidável de “fado-jazz”. A fusão entre esses mundos, com uns acordes compostos e inteligentes a oferecer uma cama para a voz profunda de Camané, é algo que arrepia os dois. Nunca foi essa a ideia de se juntarem em palco e agora em disco. Foi sobretudo uma curiosidade artística do que poderia acontecer quando o fadista chamasse para o seu universo o amplo mundo em que o piano de Laginha sempre se moveu (partindo do jazz, mas com a elasticidade suficiente para visitar a música de Chopin ou de José Afonso, sonoridades brasileiras, moçambicanas ou indianas), mas também uma investigação pessoal em torno da junção da voz a um instrumento que surgiu no fado antes sequer da padronização da guitarra portuguesa no acompanhamento.

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