Critérios da prova de Português do 9.º ano não vão ser alterados

O Instituto de Avaliação Educativa não vê razões para acatar as críticas da Associação de Professores de Português, que alertou para a existência de critérios de classificação que poderiam penalizar os alunos.

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Próxima prova final do 9.º ano é no dia 27 Daniel Rocha

Não vão ser feitas alterações aos critérios de classificação da prova final de Português do 9.º ano, realizada nesta sexta-feira. Esta é a informação transmitida ao PÚBLICO pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave, responsável pela elaboração e classificação dos exames), na sequência de um alerta da Associação de Professores de Português (APP), dando conta de que duas perguntas da prova têm critérios de classificação que podem penalizar os alunos, devido ao seu carácter “limitativo”.

Em causa estão as questões 6 B e 9, que no conjunto valem cinco pontos em 100. Ambas as perguntas se reportam a um excerto da obra Que Farei Com Este Livro, de José Saramago. Para a APP, os cenários de resposta elaborados pelo Iave, para serem seguidos pelos professores classificadores, deveriam conter “outras possibilidades” para além das enunciadas. O facto de tal não estar comtemplado pode levar “a situações em que respostas igualmente pertinentes possam vir a ser penalizadas, aquando da classificação”, explicita a associação.

“Uma leitura atenta e cuidadosa dos critérios de classificação permite verificar que a abertura a outras possibilidades de resposta está prevista e é contemplada, através da salvaguarda da aceitação das ‘informações seguintes ou de outros equivalentes’, tal como se pode ler nos descritores de desempenho dos critérios de classificação”, contrapõe o Iave na resposta enviada ao PÚBLICO. Por essa razão, o organismo responsável pelos exames entende “não haver lugar a qualquer prejuízo para os alunos na classificação das respostas aos itens em apreço.”

No seu parecer à prova realizada na sexta-feira, a APP também lamenta que na pergunta 10, relativa a uma estância de Os Lusíadas, se peça aos alunos que redijam “um texto breve” sem indicar o “número aproximado de palavras” que podiam escrever, “o que pode conferir menos objectividade” ao processo de classificação de provas. Esta opção já tinha sido tomada pelo Iave no ano passado e suscitou críticas dos professores.

A partir de 2015, os critérios de classificação divulgados pelo Iave nos dias em que se realizam os exames deixaram de ser definitivos, como sucedia até então. Em vez disso passaram a poder colher outras sugestões de resposta que vão surgindo ao longo do processo de classificação das provas.

Segundo o Iave, esta opção visa “maximizar a coerência e a uniformidade de procedimentos na aplicação dos critérios de classificação”. Na prática, isto significa que ao longo do processo de classificação poderão ser consideradas válidas respostas dadas pelos alunos cujo teor não esteja contemplado nos critérios inicialmente divulgados, mas que os professores classificadores, em conjunto com os seus supervisores, considerem que são correctas.

Os resultados das provas finais do 9.º ano serão afixados a 15 de Julho. Para além de Português os alunos deste ano de escolaridade têm também uma prova final de Matemática, que está marcada para a próxima sexta-feira, 27 de Junho.

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