Concorrência aprova compra da Generg pela Total Eren

Empresa que tem participação da petrolífera francesa Total vai ser a nova dona de um dos principais operadores de renováveis em Portugal.

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A Total Eren tem investimentos no sector solar e eólico em vários mercados EPA/ACCIONA

A Autoridade da Concorrência (AdC) emitiu uma decisão de não-oposição à compra da Novenergia Holding Company, a dona da empresa de energias renováveis Generg, pela Total Eren.

Esta sociedade controlada pelos grupos franceses Eren e Total foi a vencedora do concurso internacional para a compra dos activos do fundo Novenergia, criado pelo antigo secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta, que tinha como investidores a Fundação Oriente e a Fundação Calouste Gulbenkian.

A operação, que sido notificada à AdC no dia 6 de Março, foi uma das quatro concentrações aprovadas este mês pela entidade liderada por Margarida Matos Rosa. Na quinta-feira, o conselho de administração da AdC deliberou “adoptar uma decisão de não-oposição à presente operação de concentração” por considerar “que a mesma não é susceptível de criar entraves significativos à concorrência efectiva nos mercados identificados”.

Está agora por conhecer qual será a estratégia do novo accionista para a Generg, nomeadamente saber se a empresa portuguesa pode ser usada como uma plataforma para crescimento em outros mercados. A Generg é o principal activo da Novenergia (representa dois terços do valor do grupo) e tem uma carteira de activos com uma capacidade de 487 megawatts (MW). A Novenergia marca ainda presença em países como Itália, França, Espanha, Bulgária e Polónia.

A Total Eren é uma sociedade detida pela petrolífera Total e pelo grupo Eren. Em 2017, a petrolífera francesa comprou uma participação indirecta de 23% na subsidiária da Eren para as energias renováveis, com um investimento de 237,5 milhões de euros, e a Eren Renewable Energy passou a ser a Total Eren.

Em Fevereiro, quando anunciou a compra da Novenergia (“avaliada em mais de mil milhões de euros”), o grupo destacou que a operação sublinhava “a capacidade da Total Eren em impor-se como um dos principais operadores do sector das energias renováveis em menos de sete anos de existência”.

Segundo o site da empresa, a Total Eren tem um portefólio de activos renováveis (eólica e solar) em operação, ou em construção, num total de 650 MW, espalhados por diversos mercados: França (incluindo a Guiana francesa), Itália, Grécia, Israel, Índia, Argentina, Uganda, Burkina Faso e Brasil. Com o negócio da Novenergia, a empresa acrescenta 657 MW à sua carteira.

Esta semana foi também noticiado que a empresa recebeu autorização do Ministério de Minas e Energia do Brasil para avançar com três projectos de energia solar no Estado de São Paulo, num total de 86,1 MW.

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