Quantos mais super-heróis cabem no guarda-chuva das séries?

Chama-se Umbrella Academy. Depois de estar há anos para passar da banda desenhada para os ecrãs, a história de uma família disfuncional num mundo de super-heróis, criada pelo vocalista dos My Chemical Romance, chega agora à Netflix.

Foto
Netflix

É mais uma série de super-heróis, mais uma adaptada dos quadradinhos. Na semana em que a HBO Portugal chegou a Portugal, a série Umbrella Academy estreou-se esta sexta-feira na plataforma de streaming Netflix, depois de a sua adaptação para os ecrãs ter ficado anos à espera na gaveta. Nos seus dez episódios, é contada a história de sete irmãos, seis deles com superpoderes, pontuada com humor negro e um enredo tão sombrio quanto aparenta a fotografia.

Criada por Jeremy Slater e coordenada por Steve Blackman, Umbrella Academy foi adaptada da banda desenhada com o mesmo nome escrita por Gerard Way — sim, o vocalista dos My Chemical Romance — e desenhada pelo brasileiro Gabriel Bá. “O carácter das personagens é o mais importante para mim”, admitiu Gerard Way à revista Hollywood Reporter, dizendo que confiou no trabalho dos produtores a partir do momento em que o showrunner Blackman lhe contou qual a visão que tinha para a série, que passava por “manter a disfunção do núcleo familiar e por pôr a tónica nas personagens”. Ainda que a adaptação seja louvada pela mente criadora, há quem critique a série — sobretudo leitores — por não arriscar o suficiente e por não ser tão “bizarra” quanto o original.

A trama da série começa em Outubro de 1989, quando 43 mulheres — que não estavam grávidas ao início do dia, sem qualquer ligação entre si — deram à luz. Dessas 43 crianças, sete foram então adoptadas pelo magnata sir Reginald Hargreeves, que cria aquilo a que chama a Umbrella Academy (A Academia Guarda-chuva, numa tradução literal; Academia Umbrella na adaptação da Netflix) com o intuito de treinar as crianças para salvar o mundo. As crianças são chamadas por números e não por nomes pelo pai, exigente na disciplina mas despreocupado no que toca aos afectos. Se a história não parecer suficientemente fantástica, há ainda um macaco que fala e uma mãe adoptiva robô.

Só que nem tudo corre como esperado: a família acaba por se separar e só se reencontram quando sabem da morte do pai adoptivo. Nos primeiros minutos do primeiro episódio, percebe-se que a acção decorre no presente (quando os irmãos já têm 30 anos) e vê-se como seguiram rumos diferentes: uma torna-se actriz, outro torna-se astronauta, outra violonista, outro combate o crime, outro embrenha-se no mundo das drogas.

A ideia de transportar a banda desenhada para os ecrãs começou por ser pensada há mais de dez anos pela Universal Pictures, que a queria adaptar para filme — o plano caiu por terra e começou a ponderar-se a sua adaptação televisiva em 2015. Dois anos depois, a Netflix comprou a ideia.

O elenco da série conta com Aidan Gallagher, Mary J. Blige, Robert Sheehan (o Nathan de Misfits) e com Ellen Page (é a terceira produção de super-heróis em que participa, depois de Super e dos filmes X-Men). Na BD, a personagem Allison é branca, mas foi escolhida uma actriz negra (Emmy Raver-Lampman) para haver mais diversidade entre o elenco.

A história, que era publicada sob a alçada da Dark Horse, junta-se ao longo filão de séries que foram adaptadas do mundo dos super-heróis nos últimos anos, sobretudo da Marvel e da DC Comics: Inhumans, Jessica Jones, Luke Cage, Iron Fist, Legion, O Demolidor, O Justiceiro, Os Defensores, os Agentes S.H.I.E.L.D.,  Arrow, Gotham, The Flash, Black Lightning, Krypton, Titans. Muitas destas séries estão também albergadas na Netflix.

Sugerir correcção
Comentar