Embaixada de Angola quer responsabilidades apuradas no caso do bairro Jamaica

Também o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse esta terça-feira estar a procurar "informações concretas" sobre os incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica, Portugal, onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana.

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daniel rocha

 Embaixada de Angola em Portugal anunciou esta terça-feira que está atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no bairro da Jamaica, no Seixal (Setúbal), apelando aos cidadãos angolanos que “se abstenham de acções negativas”.

“A Embaixada da República de Angola em Portugal tomou conhecimento de uma rixa entre duas senhoras, sendo uma cidadã angolana, depois de terem saído de uma festa, no bairro Jamaica. Lamentavelmente, ao responder ao apelo feito por uma das partes, as autoridades policiais viram-se envolvidas numa situação de resistência, desrespeito e agressão às autoridades o que derivou no uso excessivo da força exercida contra familiares da cidadã angolana que acorreram ao local”, refere a embaixada em comunicado enviado esta terça-feira à Lusa.

O documento acrescenta que as imagens divulgadas nas redes sociais, sobre o incidente, foram acompanhadas de “apelos à exacerbação dos ânimos e atitudes incontidas e de intolerância de vária índole”

“Ao tomar conhecimento dos referidos factos, o Consulado Geral de Angola em Lisboa, deslocou-se de imediato ao local e prestou o apoio consular aos membros da família nos termos da lei e das suas atribuições, inclusive junto das instâncias policiais e judiciais portuguesas, no âmbito das quais foram e estão a ser feitas as averiguações necessárias e apuradas as devidas responsabilidades”, frisa.

Em relação os casos de desordem pública que ocorreram posteriormente, a Embaixada de Angola reprovou os atos, garantindo que vai denunciar “quaisquer tentativas de aproveitamento ou a intenção de ligação desses desacatos que põem em causa a tranquilidade e ordem pública”.

“Assim, apela aos cidadãos angolanos a assumir uma atitude de serenidade e civismo, respeitando as leias e a ordem pública do país de acolhimento, abstendo-se de acções negativas e de participar em actos que mais não são do que aproveitamentos alheios com fins inconfessos”, salienta o comunicado.

Presidente de Cabo Verde quer "informações concretas"

Também o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse esta terça-feira estar a procurar "informações concretas" sobre os incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica, Portugal, onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana.

Jorge Carlos Fonseca escolheu a sua página pessoal na rede social Facebook para anunciar que está a seguir os acontecimentos no bairro da Jamaica, com vários moradores de origem cabo-verdiana e onde no domingo se registaram incidentes entre a PSP e moradores, dos quais resultaram feridos cinco civis e um polícia, sem gravidade. Uma pessoa foi, entretanto, libertada.

"Acompanho e procuro informações concretas relativas ao sucedido no bairro da Jamaica, Seixal, Portugal", lê-se na mensagem do chefe de Estado cabo-verdiano.

O Ministério Público abriu um inquérito aos incidentes no bairro da Jamaica e a PSP abriu um inquérito para "averiguação interna" sobre a "intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam".

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