Marcelo sobre incidentes violentos: “É errada uma visão que generalize o que são casos específicos”

Presidente referiu-se a “comportamentos isolados ou pontuais” e lembrou que há generalizações que nem num “período pré-eleitoral” se aceitam.

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Marcelo Respera que Papa confirme que Jornadas Mundiais da Juventude são em Lisboa Daniel Rocha

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insistiu várias vezes na ideia de que não pode haver generalizações, quando questionado nesta terça-feira pelos jornalistas sobre os incidentes que ocorreram no Seixal e em Lisboa, envolvendo cidadãos e a polícia. “Há situações específicas que estão a ser objecto de intervenção do Ministério Público e muito bem, apurando a verdade. E generalizar isso para comunidades, ou generalizar isso em relação a instituições que são importantes para a defesa do Estado, parece-me que não faz sentido. Mas não faz sentido nunca e não faz sentido mesmo naquilo que é natural, que é um período de óbvio e plural debate pré-eleitoral”, afirmou.

Em causa estavam os desacatos que marcaram o protesto em Lisboa contra a intervenção policial que tinha ocorrido, antes, no bairro da Jamaica, no Seixal. Depois de considerar que as forças de segurança “têm um papel muito importante” – não só a PSP, “mas as forças de segurança como um todo” – “ao serviço do Estado de Direito democrático”, Marcelo deixou um alerta: “Também queria chamar a atenção para o facto de que estamos a viver, aliás, há já algum tempo, um período pré-eleitoral, em que a reflexão sobre estes factos e o debate sobre estes factos entra na discussão eleitoral geral. Mas espero que haja a noção de que não há, do ponto de vista da democracia portuguesa, nada que seja de alguma maneira excepcionalmente positivo em generalizar comportamentos isolados ou pontuais, no quadro do debate político natural, sobretudo em período eleitoral.”

O Presidente da República ressalvou que, “havendo casos que suscitem censura criminal, o Ministério Público está a actuar, e é assim que deve ser”, mas insistiu “que não se pode generalizar, nem quanto a comportamentos de cidadãos, nem quanto, eventualmente, a juízos formulados quanto a forças de segurança que são essenciais para manter a ordem e a tranquilidade e a segurança públicas”.

“São casos específicos, que estão a cargo em termos de investigação do Ministério Público. Não é um fenómeno que se possa generalizar e é errada uma visão que generalize o que são casos específicos. A minha opinião é que são, de facto, casos específicos”, reafirmou, contando, depois, que se deslocou à baixa de Lisboa, um dos locais onde houve incidentes.

“Acho que é preferível ver a contarem-me. E cheguei já depois do termo daquele conjunto de factos que foram objecto de notícia e que chegaram a todos os portugueses. Mas era importante ter a noção exacta. Era importante ter a notícia exacta no lugar onde aquilo tinha acontecido”, disse.

Aos jornalistas, Marcelo disse ainda partir para o Panamá com o “desejo” de que o Papa Francisco confirme, no domingo, que as Jornadas Mundiais da Juventude se realizam em Lisboa, em Junho de 2022: “É nessa expectativa que parto para o Panamá”, disse, acrescentando que quer regressar a Portugal “com a alegria" de se realizar aquele “grande acontecimento mundial”.

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