Taxa de desemprego no terceiro trimestre estabilizou nos 6,7%

Depois de seis trimestres consecutivos a descer, a taxa de desemprego estabilizou em 6,7%. População desempregada teve ligeiro aumento do segundo para o terceiro trimestre de 2018.

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Dados do mercado de trabalho apresentados pelo ministro das Finanças, na apresentação do OE. Rui Gaudencio

Depois de seis trimestres consecutivos a descer, a taxa de desemprego estabilizou em 6,7% no terceiro trimestre de 2018. Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma manutenção do desemprego face ao trimestre anterior e para um recuo de 1,8 pontos percentuais em relação ao trimestre homólogo de 2017.

No final de 2016, o desemprego tinha estabilizado nos 10,5% para logo no primeiro trimestre de 2017 cair até aos 10,1%. Desde então, a taxa registou descidas consecutivas e, já em 2018, do primeiro para o segundo trimestre registou-se um recuo significativo do desemprego que passou de 7,9% para 6,7% da população activa. Agora, os dados mais recentes deixam sinais de que poderá estar-se perante uma estabilização da taxa de desemprego, indo ao encontro do que têm dito vários economistas.

O INE dá conta de 352.700 desempregados em Portugal, alertando que a população desempregada interrompeu a tendência de descida e teve um ligeiro aumento (de 0,26%) trimestral. “A população desempregada (…) manteve-se praticamente inalterada relativamente ao trimestre anterior, interrompendo os decréscimos trimestrais observados desde o segundo trimestre de 2016”, lê-se na síntese estatística.

Já na comparação com o terceiro trimestre de 2017, tanto a taxa de desemprego como a população desempregada continuaram a recuar. A taxa de desemprego caiu 1,8 pontos percentuais e o número de pessoas afectadas teve uma diminuição de 20,6%.

Além da taxa de desemprego oficial, o INE dá também conta da taxa de subutilização do trabalho, um indicador que, além da população desempregada, inclui o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego mas não disponíveis e os inactivos disponíveis mas que não procuram emprego no período em análise. Essa taxa foi de 13,1% no terceiro trimestre, inferior em 0,2 pontos percentuais à do trimestre anterior e em 2,7 pontos percentuais em relação ao trimestre homólogo de 2017.

Os dados mensais divulgados há poucas semanas já apontavam para uma alteração de tendência no mercado de trabalho. Em Agosto e após uma ligeira revisão em alta feita pelo INE, a taxa de desemprego subiu para 6,9%, tratando-se, pela primeira vez desde Fevereiro de 2016, de um aumento mensal da taxa de desemprego.

Emprego com aumento tímido

O emprego teve um aumento tímido face ao trimestre anterior. A população empregada, estimada em 4.902.800 pessoas, registou uma subida de 0,6%, o que corresponde a mais 28.700 pessoas empregadas. Olhando para o que aconteceu em 2017, a evolução do segundo para o terceiro trimestre tinha sido mais positiva, com mais 42.600 pessoas a trabalhar.

Comparando com o período homólogo, uma análise que de certa forma anula os efeitos da sazonalidade, o INE aponta para a existência de mais 99.800 pessoas empregadas (um aumento de 2,1%). Trata-se ainda assim de um abrandamento face à evolução que se vinha sentindo anteriormente.

O emprego cresceu sobretudo na indústria (mais 2,9%) e nos serviços (2,1%) – em particular nas actividades de educação e de administração pública, defesa e segurança social obrigatória (mais 8,6%) –, enquanto na agricultura recuou 1%. Já quando se olha para o tipo de contrato, os vínculos sem termo registaram um aumento de 2,7%, enquanto os contratos sem termo tiveram uma queda de 0,3%. Mas os outros tipos de contrato, onde se incluem os recibos verdes, cresceram 9,1%.

A taxa de desemprego de jovens (dos 15 aos 24 anos) subiu de 19,4% para 20% do segundo para o terceiro trimestre e corresponde agora ao segundo valor mais baixo da série iniciada em 2011. Na comparação com o ano passado, o desemprego jovem recuou 4,2 pontos percentuais.

As estimativas trimestrais baseiam-se num inquérito que considera a população com 15 e mais anos e os valores não são ajustados dos efeitos da sazonalidade.

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