Revista alemã divulga acordo com mulher que acusa Ronaldo de violação

Documento impede a norte-americana Kathryn Mayorga de revelar identidade do jogador inclusive aos médicos.

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Reuters/GONZALO FUENTES

A revista alemã Der Spiegel publicou no seu site o documento em que o jogador Cristiano Ronaldo se compromete a pagar 375 mil dólares (quase 327 mil euros) à norte-americana Kathryn Mayorga com a condição de ela não revelar a ninguém o que se passou na noite de 12 de Junho de 2009, num hotel em Las Vegas. 

O acordo de confidencialidade, em que Ronaldo aparece identificado como “senhor D” e a então modelo como “senhora P”, refere que Kathryn poderia referir-se aos “alegados eventos” daquela noite aos prestadores de cuidados de saúde dela, mas apenas desde que não divulgasse a identidade do visado nas suas acusações. 

Kathryn Mayorga ficou ainda obrigada a retirar quaisquer acusações criminais contra o jogador e a aconselhar silêncio a todos os que tivessem sido entretanto postos a par dos “alegados eventos”. Ficou, aliás, vinculada à obrigatoriedade de fornecer aos representantes dos jogadores os nomes de todos aqueles a quem tinha, até àquela data, contado a sua alegada violação bem como a identidade do agressor.

Do mesmo modo, teria de destruir todos os documentos relativos aos acontecimentos e à mediação que se seguiu. 

A Der Spiegel já tinha transcrito parte das mensagens trocadas entre Ronaldo e o seu advogado, quando decorria e mediação e se fixava o valor a pagar pelo silêncio de Kathryn. E um outro documento — um inquérito sobre o sucedido que precedeu a mediação — em que Ronaldo terá reconhecido que a mulher terá dito “não” e “pára” durante o acto sexual. 

Vestido e cuecas desapareceram

Na reacção à divulgação deste caso, o jogador alegou que se tratava apenas de alguém a querer ganhar fama à custa do seu nome e, mais tarde, negou a veracidade das alegações, sublinhando que para si “a violação é um crime abjecto”. 

Numa outra notícia, em que se detém numa descrição pormenorizada da equipa que o jogador terá contratado para garantir que o caso seria abafado, e respectivas despesas, a Der Spiegel cita o advogado de Mayorga, Leslie Stoval, quando este alega que a gravação do depoimento que a sua cliente prestou em 2009 à polícia de Las Vegas desapareceu. Do mesmo modo, o vestido e as cuecas que Kathryn usava nessa noite e que terão sido entregues à polícia também terão desaparecido. A polícia de Las Vegas terá recusado comentários sobre este assunto. 

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