Muitos alunos sem aulas em Lisboa, Setúbal e Santarém

O primeiro dia dos quatro de greves regionais convocadas por 10 estruturas sindicais abrange os distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

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rui gaudêncio
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Muitos alunos das escolas de Lisboa, Setúbal e Santarém ficaram sem aulas na manhã desta segunda-feira devido ao primeiro de quatro dias de greves regionais dos professores, que começa por afectar esta três regiões do país, constatou a Lusa.

Recreios com mais alunos do que é habitual no decorrer dos horários das aulas era o sinal mais visível da greve em algumas escolas de Lisboa.

Dos estabelecimentos de ensino visitados pela Lusa, apenas a Escola Fernando Pessoa, nos Olivais, enviou os alunos para casa, como contou à Lusa a mãe de dois alunos que frequentam aquele estabelecimento de ensino.

Cerca das 08H00, antes do toque de entrada nas escolas básicas Pedro Santarém e Quinta de Marrocos, em Benfica, alguns pais questionavam os funcionários para saber se iria haver aulas, aos quais estes respondiam que tinham de esperar, pois não sabiam quais os professores que iam aderir à greve.

Também em Santarém, muitos alunos vagueavam ao princípio da manhã pelos pátios ou, os mais velhos, pelos jardins e ruas das proximidades.

Todos os estabelecimentos de ensino da cidade de Santarém estão abertos, mas em várias escolas do 1.º ciclo nenhum professor compareceu, estando o município a recolher indicação junto dos funcionários para cancelar as refeições escolares ou adequar ao número de alunos com aulas, como é o caso do Centro Escolar de S. Domingos, onde só uma turma está a ter aulas.

Maria do Céu Silva, da delegação de Santarém do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, disse que, embora ainda não existam dados sobre a adesão, a "perspectiva é boa". "Razões não nos faltam", afirmou, acrescentando esperar que a adesão à greve neste primeiro dia "seja forte" para "movimentar os professores" para uma semana de protesto.

Escolas fechadas

Em Setúbal, a greve obrigou ao encerramento de algumas escolas e deverá ter uma adesão de cerca de 80%, de acordo com uma estimativa do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL).

"De acordo com os dados de que já dispomos em diversas escolas e a confirmar-se esta tendência, admitimos que a adesão à greve no distrito de Setúbal poderá ser superior a 80%", disse a professora Brígida Baptista, do SPGL.

"Além das escolas encerradas, há outras que têm uma adesão à greve superior a 90% e que também deveriam ter sido encerradas por razões de segurança", acrescentou

Segundo Brígida Baptista, "no concelho de Almada há várias escolas encerradas: Escola Secundária Romeu Correia e Escola do 2º e 3º ciclo Alembrança, no Feijó, Escola do 2º e 3º ciclo Vale Rosal, na Charneca da Caparica, e EBJI do Pragal".

De acordo com o SPGL, o cenário é idêntico nos concelhos do Barreiro e da Moita, onde o sindicato diz já ter informação de diversas escolas encerradas, designadamente a EB2 de Alhos Vedros (Moita) e a EB1 do Lavradio (Barreiro), e outras com forte adesão à greve que se situa entre os 50% e 80%.

Cenário bem diferente, e que parece contrariar a previsão do SPGL, é a que se está a viver em duas das principais escolas da cidade de Setúbal, Escola Secundária de Bocage e Escola Secundária Sebastião da Gama.

A direcção secundária de Bocage garante que a escola está a funcionar normalmente e que apenas terão faltado às aulas "cerca de 10% dos professores", não havendo sequer a certeza de que todos estejam a faltar por terem aderido à greve.

Na Escola Secundária Sebastião da Gama, também em Setúbal, segundo informação da direcção, há apenas "cinco professores em greve".

Os professores iniciaram nesta segunda-feira uma greve por regiões que vai durar até quinta-feira e terminar com uma manifestação nacional na sexta-feira, para exigir que nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho sejam contabilizados na progressão de carreira. O Governo apenas se dispôs a contabilizar cerca de três anos.

A greve foi convocada por 10 estruturas sindicais de professores. Na terça-feira os distritos mais afectados serão Portalegre, Évora, Beja e Faro e na quarta-feira Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco.

Na quinta-feira, o protesto chegará ao Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.

Os professores dos Açores assim como os docentes em exercício de funções no Ensino Português no Estrangeiro também participam na contestação.

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