Fenprof anuncia greve e reafirma exigências sobre tempo de serviço

Foi também anunciada uma manifestação nacional para dia 5 de Outubro.

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Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof PAULO PIMENTA

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) reafirmou nesta quinta-feira que não abdica de um único dia do tempo de serviço congelado dos docentes e anunciou uma greve e uma manifestação nacional para Outubro.

Na primeira conferência de imprensa após as férias, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, explicou que a manifestação acontecerá a 5 de Outubro, com a greve a ter lugar em data a acordar com outras estruturas sindicais, com as quais se reúne já na sexta-feira.

A greve e manifestações, salientou Mário Nogueira, dependerão das respostas do Governo na reunião marcada para 7 de Setembro.

Mas nesta quinta-feira Mário Nogueira já avisou: "Não estamos disponíveis para manobras dilatórias. Não vamos estar mais um ano em compromissos e textos. Já demos para esse peditório".

OE 2019? "Que se cumpra" o de 2018

A Fenprof não está disponível "para apagar tempo de serviço aos professores", uma matéria que, garantiu Mário Nogueira, não é negociável. "Que fique claro, estamos a exigir que se cumpra o Orçamento do Estado de 2018", disse o sindicalista, acrescentando que é lançar "clima de suspeição" admitir que a matéria não foi negociada entre os partidos que aprovaram o texto. "Como é que pode haver consenso para negociar o novo Orçamento se aqueles que o aprovaram vêem que o anterior não foi cumprido?", questionou.

Mário Nogueira disse que após a reunião com os ministérios das Finanças e da Educação, do próximo mês, indicará o que vai fazer a Fenprof, sendo certo que vai promover um debate nas escolas na primeira semana do ano lectivo, e que, no dia 5 de Setembro, haverá uma reunião de delegados da estrutura sindical, que irão depois em desfile até junto do Ministério das Finanças, onde vão aprovar uma moção que será entregue no gabinete do primeiro-ministro.

"Desrespeito"

Ladeado por todas as estruturas sindicais da Fenprof, Mário Nogueira começou por lamentar "o atraso na publicação das listas de professores" colocados para o ano lectivo que agora começa, e que acabou por ser anunciada já depois da conferência de imprensa.

Para Mário Nogueira, é "um desrespeito" por 20 mil pessoas, que têm "um dia útil para se apresentarem em escolas, que ainda não sabem onde vão trabalhar no próximo ano ou, nalguns casos, nos próximos anos".

"Não é a 30 de Agosto que se diz a milhares de pessoas onde é que elas no dia 3 de Setembro vão estar a trabalhar", salientou.

Mário Nogueira prevê que no próximo ano lectivo vão continuar a faltar assistentes operacionais nas escolas. O dirigente sindical diz ainda que o Governo publicou tardiamente, apenas em Julho, diplomas fundamentais como as novas regras sobre a inclusão escolar, sobre currículos e flexibilidade curricular e sobre a organização do ano lectivo que está prestes a começar.

Por tudo isto, Mário Nogueira afirma que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, deve estar no "país dos sonhos" quando diz que está tudo "dentro da normalidade".

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