Iniciativa Liberal diz que Santana copiou as suas ideias

Partido diz que criação da Aliança vai "dar cabo do liberalismo", tudo por causa de um mero "acerto de contas" com Rui Rio.

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Nuno Ferreira Santos

O partido Iniciativa Liberal (IL) acusa Pedro Santana Lopes de se estar a tentar colar aos novos movimentos europeus com quem este partido já está envolvido e insinuou que terá copiado temas do seu programa partidário.

Num comunicado, o presidente do recém-formado IL, que aprovou o seu programa político em Maio, questiona por que motivo Pedro Santana Lopes nunca fez nada para mudar a orientação do partido no sentido dos movimentos e partidos liberais europeus, nos quais diz que se inspira.

Miguel Ferreira da Silva vai mais longe e acusa o antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de querer "vir dar cabo do liberalismo sem pensar que está a condenar o país a mais umas décadas de estatismo", tudo por causa de um "acerto de contas" com o presidente do PSD, Rui Rio, que quer derrotar.

Este líder partidário afirmou ainda que "Santana Lopes, por coincidência ou não, parece que foi copiar muitos temas do programa da Iniciativa Liberal, como a liberalização da segurança social ou da saúde — quando ainda há poucas semanas dizia que queria mais Estado na saúde".

Sublinhando que o liberalismo económico e social já é defendido pela IL, Miguel Ferreira da Silva considera que se Pedro Santana Lopes quisesse mesmo renovação, deveria apoiar quem representa essa renovação, em vez de "criar outro partido" com a mesma orientação.

As declarações do presidente da IL surgem depois de, no sábado, o semanário Expresso ter noticiado que o novo partido do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes se vai chamar Aliança e que a recolha de assinaturas para se constituir formalmente arranca na próxima semana.

É certo que o partido que se propõe “unir” a direita irá concorrer às europeias, mas o ex-líder do PSD é taxativo sobre a sua exclusão da lista de candidatos. “Não serei cabeça de lista nem estarei nessa lista. Nas legislativas já será outra situação”, afirmou ao PÚBLICO Pedro Santana Lopes, depois de questionado sobre a sua participação nessas eleições, marcadas para Maio de 2019.

As críticas a Santana Lopes surgiram também do PSD, de onde vêm também reacções de compreensão perante a atitude do ex-primeiro-ministro.

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