Exército não sabe se o material foi todo recuperado porque não lhe pode mexer

General Rovisco Duarte diz que nunca deu garantias que "tinha sido recuperado todo o material furtado" e que já foram investidos 4,3 milhões de euros na segurança das instalações.

Foto
LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Exército não pode afirmar com certeza absoluta se o material que foi recuperado em Outubro corresponde integralmente ao que desapareceu em Junho do ano passado dos paióis de Tancos. E porque não? O chefe do estado-maior do Exército afirma que o material está armazenado no Campo Militar de Santa Margarida apenas "à guarda" do Exército, mas este "não pode fazer qualquer tipo de peritagem ao material, essencial para ver eventuais discrepâncias" - se há items a mais ou a menos.

O general Rovisco Duarte, que está a ser ouvido na Comissão de Defesa, fez questão de vincar várias vezes que "nunca o Exército deu garantias que o material recuperado correspondia exactamente ao furtado". Nem o Exército nem ele próprio, fez questão de realçar.

E não o fez, justificou, porque seria uma "violação do segredo de justiça", porque "eventualmente punha em causa a obtenção de provas" na investigação. Rovisco Duarte vincou que o Exército "é o principal interessado na conclusão da investigação".

"Tancos foi uma tragédia para o Exército; Tancos não pode existir nunca mais", desabafou a dada altura o general, admitindo os danos colaterais que o episódio teve na credibilidade da instituição. Também fez um inventário dos investimentos realizados desde então nas várias infraestruturas para armazenar material, no valor de 4,3 milhões de euros.

Sugerir correcção
Comentar