ADSE: Privados esticam a corda e põem em causa o acesso dos beneficiários

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) alertou hoje que está em risco o acesso dos beneficiários da ADSE, subsistema de saúde dos funcionários públicos, à rede convencionada.

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Oscar Gaspar é o presidente da Associacao Portuguesa da Hospitalizacao Privada (APHP). Nelson Garrido

“Se o caminho para a sustentabilidade passa por continuamente insultar publicamente os prestadores privados e proceder a corte administrativos cegos e insustentáveis, resta aos prestadores privados aceitar que os nomeados representantes dos beneficiários pretendem acabar com este subsistema”, afirma a APHP em comunicado divulgado hoje.

Acusando o Instituto de Protecção e Assistência na Doença - ADSE de querer voltar a aplicar um corte de 10% no valor dos actos pagos aos hospitais privados, a APHP exige, no comunicado, saber quem fala em nome da ADSE e depois “iniciar um novo ciclo de negociações, que parta da identificação prévia do objectivo global e final, rejeitando continuar a discussão de medidas avulsas”.

A associação diz que não é possível aos operadores privados manter a actividade com qualidade e segurança com esses cortes, e explica que os prestadores convencionados receberam esta semana uma informação (email) do conselho directivo da ADSE que prova que, “mais uma vez”, a ADSE “só pretende impor cortes cegos”, sem qualquer lógica clínica, económica ou qualitativa.

“Os dirigentes da ADSE, que deveriam estar centrados na defesa do melhor interesse dos seus beneficiários, voltam assim a querer pôr em causa a sustentabilidade de um subsistema de saúde em que mais de um milhão e 200 mil portugueses confiam”, avisa a associação, acrescentando que não aceita a postura nem a “ameaça constante de medidas pontuais”.

Com “cortes administrativos cegos” e insultos públicos aos operadores privados, estes terão de aceitar que a direcção da ADSE quer acabar com o subsistema, frisa a associação.

A APHP termina o comunicado afirmado que não vê futuro no esforço de diálogo com a ADSE, que se não for reequacionado “levará necessariamente à redução da rede convencionada”.

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