Número recorde de civis mortos no Afeganistão no primeiro semestre do ano

Os talibãs são os responsáveis por 40% das mortes de civis, o Daesh por metade.

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Atentado em Cabul em Janeiro de 2018 Omar Sobhani/Reuters

O número de civis mortos no Afeganistão atingiu um novo recorde no primeiro deste ano, apesar do cessar-fogo de Junho, diz a ONU.  

Entre 1 de Janeiro e 30 de Junho, foram contabilizados 1692 mortes, metade dos quais atribuídos a ataques do grupo Daesh, o número mais elevado desde que a ONU começou, há uma década, a contar as baixas civis no país.

De acordo com a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, durante o primeiro semestre, as províncias de Cabul (a capital) e Nangarhar, no Leste, foram as mais atingidas - inclusive durante o cessar-fogo.

Os talibãs, que fizeram uma trégua com o governo de 15 a 17 de Junho, são os responsáveis por 40% das mortes de civis afegãos.

Uma vez mais, a luta por terra ocupa o segundo lugar entre as causas de morte e ferimentos na população afegã. A primeira causa continua a ser os ataques suicidas e os ataques complexos (ataques desencadeados por um suicida, seguidos pela ocupação de locais específicos e troca de tiros).

Contudo, segundo as contas da ONU, a expansão das operações aéreas levou a um aumento  do número de vítimas civis devido aos bombardeamentos (mais 52%) em comparação com o mesmo período do ano passado, com 149 mortos e 204 civis feridos.

Mais da metade das baixas (52%) são atribuídas às forças afegãs e 45% aos aviões dos EUA, os únicos na coligação ocidental a realizar operações.

"O breve cessar-fogo provou que é possível parar os combates. Os civis afegãos não precisam sofrer mais", disse Tadamichi Yamamoto, representante Especial do secretário-geral das Nações Unidas, em comunicado.

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