Mais de metade dos alunos do 9.º ano tiveram negativa no exame de Matemática

Média de 47 pontos a Matemática está entre as piores dos últimos anos. Pelo contrário, o resultado do exame de Português é um dos melhores de sempre.

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No 9.º ano só há exames a Português e Matemática Daniel Rocha

Mais de metade dos 94.524 alunos do 9.º ano que realizaram o exame de Matemática no mês passado tiveram negativa nesta prova, que conta 30% para a sua nota final. Os resultados foram conhecidos nesta sexta-feira.

Apesar de o exame ter sido considerado “equilibrado” pela Associação de Professores de Matemática e de a Sociedade Portuguesa de Matemática o ter declarado como “bastante acessível, sendo a maioria dos itens de resolução imediata ou complexidade reduzida”, o certo é que a média desceu, por comparação a 2017, de 53 para 47 pontos, numa escala que vai até 100.

Este valor é igual ao registado em 2016 e figura entre os piores dos últimos anos, só ultrapassado nesta posição pela média de 43 pontos obtida em 2013. Resultado: a percentagem de chumbos a esta disciplina subiu de 32% para 33%. E houve mesmo cerca de 2400 alunos que tiveram zero pontos no exame.

Este descalabro não é visível quando se tem apenas em conta a média de frequência dos alunos, que reflecte as notas que lhes foram dadas pelos seus professores. A Matemática, numa escala de 1 a 5, esta média tem oscilado nos últimos seis anos entre 3 e 3,1.

Já a Português a média do exame subiu de 58 para 66 pontos. Houve pouco mais de 12.300 negativos na prova e a taxa de chumbos na disciplina não ultrapassa os 6% (7% em 2017). Apenas dois alunos tiveram zero pontos no exame e 112 conseguiram ter a pontuação máxima (100).

Ao contrário do que se passa com Matemática, a Português a média do exame tem vindo sempre a subir desde 2013, ano em que caiu para 47 pontos, tendo atingido agora um dos seus valores mais altos. A média de frequência tem-se mantido estável, oscilando entre 3,2 e 3,3.

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Quando a prova foi realizada, a Associação de Professores de Português referiu que, à semelhança do que acontecera no 12.º ano, também o exame do 9.º apresentou “novidades em relação à estrutura” face às que foram realizadas em anos anteriores e o “mesmo se verificou com a cotação atribuída aos grupos”. A associação frisou, contudo, que o exame proposto teve “em conta as competências de leitura e de escrita” dos alunos. 

Por contarem 30% para a nota final dos alunos, os resultados dos exames, que no 9.º ano foram introduzidos em 2005 às disciplinas de Português e Matemática, não são, em geral, determinantes para se passar ou chumbar. Para concluírem o 3.º ciclo de escolaridade e passarem para o 10.º ano, os alunos não podem chumbar em simultâneo a Português e a Matemática ou terem negativa a três disciplinas. São consideradas negativas as notas finais que se situarem abaixo de 2,5.

As provas finais do 3.º ciclo foram realizadas em 1255 escolas localizadas em Portugal continental, nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira e nas escolas no estrangeiro com currículo português. São obrigatórias para todos os alunos internos que se encontrem em condições de admissão. Foram realizadas 189.266, referentes às disciplinas de Português, de Matemática, de Português Língua Segunda, para alunos surdos, e de Português Língua Não Materna.

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