Forças governamentais massacram centenas de civis, segundo a ONU

Os crimes ocorreram em aldeias que se encontram, alegadamente, dominadas pela oposição política daquele país.

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Salva Kiir, Presidente do Sudão do Sul Reuters/Mohamed Nureldin Abdallah

Cerca de 232 civis foram mortos e 120 mulheres e raparigas foram violadas, entre os meses de Abril e Maio, por forças militares governamentais do Sudão do Sul e milícias alinhadas. A informação foi divulgada através de um relatório das Nações Unidas (ONU). Até ao momento, o governo do Sudão do Sul ainda não se pronunciou sobre os dados da ONU.

Os crimes ocorreram em aldeias cominadas pela oposição. A ONU já apontou três comandantes do Exército do Sudão do Sul como principais responsáveis pelos crimes, garantindo que podem vir a ser acusados por crimes de guerra. Contudo, as Nações Unidas relatam que as forças rebeldes também levaram a cabo ataques contra populações civis. Segundo o relatório, os ataques às aldeias são de uma natureza brutalmente devastadora, vitimando desde mulheres, idosos, deficientes físicos e mentais.

O alto comissário dos Direitos Humanos da ONU pede à comunidade internacional que não deixe ficar impunes os responsáveis por estes crimes."Os perpetradores não podem escapar impunes", afirmou Zeid Ra'ad al-Hussein. O alto-comissário propõe a criação de um tribunal internacional para que estes massacres sejam julgados. 

 As Nações Unidas já prometeram o envio de 150 capacetes-azuis  para o estado de Unity, no norte do país. Esta região tem sido a mais castigada pelos confrontos entre rebeldes e forças do governo.

Uma resolução para o conflito entre a oposição e o governo afigura-se cada vez mais difícil. Os rebeldes rejeitaram, na segunda-feira, um acordo de paz, que passava por reintegrar o líder da oposição Riek Machar no executivo sudanês como vice-presidente. Machar lidera uma rebelião anti-governamental, depois de ter sido demitido do cargo de vice-presidente em 2013, na sequência de uma luta pelo poder entre o Machar e o Presidente Salva Kiir. 

O confronto deixou um rasto sangrento neste jovem país africano (formado em 2012), contabilizando, desde do inicio do conflito, 300 mil mortos e três milhões de deslocados.

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