Tratamentos oncológicos representam um quarto da despesa hospitalar com medicamentos

Despesa dos hospitais com medicamentos cresce pelo terceiro ano consecutivo. Quase 45% da factura corresponde aos tratamentos para cancro e VIH.

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Rui Farinha / Publico

A despesa com o tratamento das doenças oncológicas continua a aumentar, representando no ano passado um quarto (24,9%) da despesa total dos hospitais públicos com medicamentos, à boleia de uma maior disponibilidade de fármacos inovadores. Só em 2017 o Infarmed aprovou 18 para o cancro, o mesmo número de medicamentos que ficaram disponíveis em 2016 e 2015 juntos.

No ano passado, a despesa dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com tratamentos para o cancro chegou aos 284 milhões de euros, mais 34 milhões (+13,7%) do que no ano anterior. Uma subida consistente com aquilo que tem acontecido desde 2015, em virtude das melhorias no acesso a medicamentos inovadores. “Nos últimos dois anos surgiram opções terapêuticas inovadoras com benefício adicional evidente, particularmente em doentes com cancro do pulmão e melanoma”, detalha o Infarmed num comunicado sobre o relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar, relativo a 2017, disponibilizado na segunda-feira.

No total, os hospitais públicos gastaram 1141 milhões de euros com a compra de 21,5 milhões de unidades, um acréscimo de despesa de 59 milhões em relação a 2016. As regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo foram as que mais contribuíram para esta variação positiva de 5,5%.

De facto, a despesa dos hospitais com medicamentos está em crescendo pelo terceiro ano consecutivo. E a tendência deve manter-se. Já nos primeiros quatro meses deste ano, os hospitais gastaram 414 milhões de euros, mais 30 milhões em relação ao período homólogo.

Voltando aos dados do ano passado. Além da oncologia, foi nos tratamentos para a artrite reumatóide/psoríase e com imunoglobulinas que a despesa mais aumentou. Já os encargos com o tratamento do VIH, na ordem dos 215 milhões de euros, sofreram uma pequena regressão (5,4%) face a 2016. Ainda assim a compra de fármacos para o cancro e para o VIH representa quase 45% da factura dos hospitais com medicamentos.

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