Guerra comercial generalizada custaria 2,5% ao PIB português em três anos

Redução do PIB e agravamento da inflação seriam as consequências para Portugal da escalada dos conflitos comerciais entre as grandes potências.

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O aço é um dos bens industriais que os EUA querem taxar Reuters/Ina Fassbender

A economia portuguesa sofreria um impacto negativo num cenário de concretização de uma guerra comercial generalizada que poderia ascender aos 2,5% do PIB durante um período de três anos, estima o Banco de Portugal no boletim económico publicado esta quinta-feira.

Numa altura em que se repetem os anúncios – primeiro pelos Estados Unidos, e depois pela União Europeia, China e outros países como o Canadá – de aumentos das taxas alfandegárias em diversos tipos de produtos, a autoridade monetária nacional alerta que Portugal não sairia imune de uma aplicação contínua destas medidas, sendo que o impacto seria diferenciado de acordo com a dimensão que a guerra comercial atingiria.

De acordo com o Banco de Portugal, no caso de uma guerra comercial generalizada, o Produto Interno Bruto (PIB) português sofreria, num período de três anos, um impacto negativo de 2,5%. Isto é, o valor do PIB seria 2,5% menor do que no cenário em que os conflitos comerciais não se concretizariam.

Num cenário mais benigno, em que a guerra comercial seria limitada, o impacto negativo no PIB português seria de 0,7% num período de três anos.

Também se registaria, calcula o banco, um agravamento dos preços dos produtos e dos serviços. A taxa de inflação em Portugal poderia, a três anos, ser 0,4 pontos percentuais mais alta num cenário de guerra comercial limitada e de 1,4 pontos na eventualidade de guerra comercial generalizada.

Este alerta do banco de Portugal surge um dia depois de, em Sintra, os responsáveis de alguns dos principais bancos centrais mundiais terem lançado alertas quanto aos riscos para a economia mundial da concretização de uma guerra comercial.

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