Seis mortos em novo ataque de grupo armado em Cabo Delgado

Há uma semana, dez pessoas foram decapitadas noutro ataque na mesma província.

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As zonas próximas da fronteira entre Moçambique e a Tanzânia (ilustrada nesta imagem de arquivo) têm sido palco de actividade de grupos armados mr manuel roberto

Um ataque de um grupo armado à aldeia de Naunde, distrito de Macomia, no Norte de Moçambique, terá provocado pelo menos seis mortos durante na madrugada desta terça-feira, disseram residentes.

Trata-se de um novo ataque a povoações remotas do meio rural da província de Cabo Delgado, depois de noutras incursões, há uma semana, dez habitantes terem sido decapitados.

Um estudo divulgado em Maio, em Maputo, aponta a existência de redes de comércio ilegal na região e a movimentação de grupos radicais islâmicos, oriundos de países a Norte, como algumas das raízes da violência. No entanto, a polícia tem-se mostrado relutante a atribuir a autoria dos ataques a grupos islamistas.

O porta-voz da polícia Inácio Dina disse que as autoridades estão no enclaço dos homens que se suspeita estarem por trás dos ataques, para os "neutralizarem", diz a agência Reuters.

No ataque desta madrugada, foram incendiadas várias casas habitadas. A maioria das pessoas conseguiu fugir, mas duas morreram queimadas, referiu um dos residentes na região. Outras quatro pessoas morreram ao serem atacadas com catanas, já durante a fuga.

Segundo as mesmas fontes, foram ainda incendiadas várias barracas de comércio e dois carros de transporte colectivo. Há ainda relatos de que vários medicamentos terão sido roubados de um centro de saúde, que foi também vandalizado.

A aldeia é um local sem electricidade e sem outras infra-estruturas, onde as habitações são feitas de materiais tradicionais como blocos de adobe.

A Polícia da República de Moçambique referiu à Lusa que está a fazer o levantamento da situação em Naunde.

A província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, tem sido alvo de ataques de grupos armados desde outubro de 2017, causando um número indeterminado de mortes e deslocados.

Diversos investimentos estão a avançar na província para exploração de gás natural dentro de cinco a seis anos, no mar e em terra, com o envolvimento de algumas das grandes petrolíferas mundiais.

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