Equipas de suporte a paliativos aumentaram mais de 50% mas só abriram 14 camas em dois anos

Portugal soma um total de 376 camas de cuidados paliativos e 19 equipas de apoio domiciliário.

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Na manifestação do passado dia 24, em S. Bento, movimento Stop Eutanásia reivindicou aposta nos cuidados paliativos LUSA/TIAGO PETINGA

Apenas catorze camas de internamento em cuidados paliativos foram criadas desde 2016, mas as equipas de suporte a paliativos aumentaram entre 55 e 65% nos últimos dois anos, segundo dados oficiais.

Números do Ministério da Saúde, citados pela agência Lusa, mostram que há actualmente 376 camas de internamento em cuidados paliativos na rede pública. Destas, 207 funcionam em "hospitais de agudos", conforme precisou ontem ao PÚBLICO a presidente da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, Edna Gonçalves. 

Às camas existentes, somam-se as 19 equipas de cuidados domiciliários, sendo que aqui o ideal seria que houvesse pelo menos uma equipa por cada centro de saúde, ainda segundo Edna Gonçalves. 

Entre o início dos anos 1990 e 2015, foram criadas 362 camas e em 2017 foi criada a unidade de cuidados paliativos do Baixo Vouga, com 14 camas.

No próximo mês, segundo o Ministério da Saúde, será aberta a unidade do Centro Hospitalar de São João, no Porto, com 11 camas.

Está ainda em fase de "estudos de implementação" a criação de uma outra unidade, com 12 camas no Centro Hospitalar de Leiria.

Quantos às equipas de suporte, o aumento foi mais significativo. Há actualmente 43 equipas intra-hospitalares de suporte, sendo que 17 foram criadas entre 2016 e 2018. Trata-se de um aumento de 65% em relação a 2015, indica o Ministério da Saúde.

Com o início efectivo de actividade da equipa do Hospital da Figueira da Foz, que o Ministério prevê para o segundo semestre deste ano, todas as instituições hospitalares do SNS passarão a ter uma equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

Segundo o Ministério da Saúde, existe pela primeira vez uma cobertura de cuidados paliativos em todo o país, ao contrário do que acontecia em 2016. Contudo, o próprio ministério, na informação fornecida à Lusa, admite que nalguns distritos a cobertura é ainda incipiente para as necessidades.

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