Hoteleiros condenam avanço da prospecção de petróleo ao largo de Aljezur

Associação diz que ligação da “marca Portugal” e “Algarve” a uma “indústria poluidora” como a de exploração de petróleo terá um impacto negativo para o turismo.

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Praia da Arrifana, Aljezur José Sarmento Matos

 A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) condenou esta quinta-feira a decisão de avançar com prospecção de petróleo na costa alentejana, ao largo de Aljezur, por estar em causa uma “indústria poluidora” que prejudicará o turismo.

Em comunicado, a AHP lembrou a posição afirmada desde 2016, quando surgiram as primeiras notícias sobre a pesquisa e a prospecção de petróleo, de que a “simples associação da marca ‘Portugal’ e ‘Algarve’ a uma indústria poluidora como a exploração de petróleo será muito negativa para o turismo. A associação referiu que a recente decisão de se avançar, sem uma avaliação de impacte ambiental, “é claramente nociva, uma vez que a ‘simples’ prospecção é susceptível de gerar impactos negativos” na fauna e na flora, além de afectar a “imagem do destino e as comunidades residentes que têm no mar uma importante fonte de rendimento”.

Em 16 de Maio, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) decidiu dispensar o furo de pesquisa de petróleo do consórcio Eni/Galp, ao largo de Aljezur, de avaliação de impacte ambiental, referindo que “não foram identificados impactos negativos significativos” na realização do furo de prospecção petrolífera. O presidente da AHP, Raul Martins, defendeu, porém, que “o turismo sustentável e a prospecção de petróleo não são compatíveis. Já para não falar da imagem que passa de Portugal, melhor destino do mundo, associado a uma indústria tão poluidora como esta. Há que definir prioridades”, acrescentou no comunicado.

O consórcio Eni/Galp informou entretanto que vai desenvolver actividades de planeamento para iniciar a pesquisa de petróleo dentro das condições estabelecidas pela APA.

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