Berlusconi pode voltar a concorrer a cargos públicos

Interdição foi levantada pela justiça italiana devido ao “bom comportamento” do antigo primeiro-ministro. Aumenta a pressão sobre Di Maio e Salvini para formar Governo.

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REUTERS/Remo Casilli / Arquivo

Silvio Berlusconi foi autorizado pela justiça italiana a voltar a concorrer e ocupar cargos públicos. O veterano político viu um tribunal de Milão levantar a interdição que lhe havia sido aplicada até 2019, devido a uma condenação por fuga de impostos em 2013. De acordo com o juiz responsável pelo processo, Il Cavaliere deu provas suficientes de “bom comportamento” e por isso viu ser-lhe reduzida a pena.

Com esta decisão, o dirigente da Força Itália (centro-direita) pode vir a candidatar-se ao cargo de primeiro-ministro, em caso de fracasso das negociações entre a Liga (extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (anti-sistema), e potencial convocatória de novas eleições.

Um cenário que o partido de Berlusconi olha agora com entusiasmo. “O calvário durou cinco anos e não permitiu ao nosso presidente ser o candidato que milhões de italianos pediam. Agora a Itália pode contar connosco”, escreveu no Twitter a líder da Força Itália na Câmara dos Deputados, Mariastellla Gelmini.

Recorde-se que o político de 82 anos e antigo chefe de Governo aceitou ficar de fora da solução governativa que Luigi de Maio e Matteo Salvini estão a tentar cozinhar para evitar a formação de um Governo “neutral”, nomeado pelo Presidente Sergio Mattarella,

Esta decisão judicial, no entanto, aumenta ainda mais a pressão sobre os dois líderes, que têm até à próxima segunda-feira para apresentar um acordo a Mattarella, sob pena de se terem de sujeitar a nova corrida eleitoral contra Berlusconi – ambos já prometerem chumbar a proposta do Presidente.

A Itália encontra-se sem Governo desde as eleições do passado dia 4 de Março. O Movimento 5 Estrelas, de Di Maio, foi o partido mais votado, mas foi suplantado pela aliança de centro-direita. Dentro desta última coligação, a plataforma xenófoba e eurocéptica de Salvini agregou mais votos que o partido de Berlusconi, precipitando o Cavaliere para um papel secundário nas negociações.

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