Pedro Veiga demitiu-se de coordenador do centro de cibersegurança

A nomeação do substituto será anunciada brevemente.

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Nelson Garrido

O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), Pedro Veiga, demitiu-se do cargo, confirmou nesta quarta-feira à Lusa o gabinete da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.

A nomeação do substituto será anunciada brevemente, de acordo com uma informação do gabinete de Maria Manuel Leitão Marques.

A ministra da Presidência, segundo a mesma informação, agradeceu "o contributo inestimável de Pedro Veiga para o trabalho nesta área, ao longo destes dois anos".

Nesta quarta-feira, ao final do dia, na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças, na qual a governante esteve para falar sobre o regulamento europeu sobre a protecção de dados, não adiantou os motivos que levaram Pedro Veiga para pedir a demissão. Disse apenas que "não se pode pedir a ninguém que fique num trabalho muito exigente quando quer fazer outras coisas".  

Pedro Veiga é pioneiro da Internet em Portugal, professor no Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e estava à frente do CNCS desde em 2016. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar Pedro Veiga.

A decisão surge no dia em que teve início o primeiro exercício a nível nacional de cibersegurança, em Lisboa.

O Centro Nacional de Cibersegurança está desde esta quarta-feira e até quinta-feira a testar o "grau de preparação" de várias entidades públicas e privadas a um ciberataque.

Em declarações à agência Lusa, em antecipação do exercício, Pedro Veiga tinha afirmado que iria ter como alvo os setores da energia, transportes, banca, saúde e tratamento e distribuição de água.

O objetivo "é testar o grau de preparação das entidades que vão participar no tratamento de incidentes de cibersegurança", explicou na ocsião Pedro Veiga.

Em Maio do ano passado, a propósito de um ataque informático de nível global, Pedro Veiga garantiu que “a Administração Central, as empresas e as pessoas em geral em Portugal estão razoavelmente preparadas” para estas situações. “Claro que se pode e deve melhorar a segurança, há sempre muito a fazer. No ataque do dia 12 [de Maio de 2017], Portugal foi dos países menos afectados, embora isso também possa um pouco ter ficado a dever-se ao facto de nesse dia a função pública ter tido tolerância de ponto.”

O então responsável pelo CNCS deixava ainda uma certeza: “O cibercrime é hoje levado a cabo pelo crime organizado. É uma indústria, envolve muito dinheiro e onde há dinheiro há criminosos.”  

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